metropoles -10/06/2024 14:43
As distribuidoras
de combustíveis estão avisando as respectivas redes de postos sobre
aumento dos preços a partir desta terça-feira (11/6), segundo sindicatos que
representam os revendedores. O motivo do aumento seriam os efeitos da Medida
Provisória 1.227, enviada ao Congresso na
semana passada pelo Ministério da
Fazenda, que restringe as compensações de créditos de PIS e Cofins e está
sendo chamada de “MP
do Fim do Mundo”.
O Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP) calculou a variação da
gasolina entre 4% a 7%, o que representaria de R$ 0,20 a R$ 0,36 a mais no
preço, e a do diesel entre 1% a 4%, de R$ 0,10 a R$ 0,23 por litro. O IBP
projetou em R$ 10 bilhões o impacto da MP somente nas empresas de distribuição
de combustíveis.
Os postos de combustíveis têm a liberdade de formação do
preço final, então podem repassar totalmente a alta para o consumidor, segurar
parte dela ou até recompor margem de lucro, aumentando ainda mais o preço na
bomba.
Presidente do Sincopetro, sindicato que representa os postos
em São Paulo, José Alberto Paiva Gouveia acredita que não haverá recomposição
de margem, somente o repasse do aumento das distribuidoras. “O setor tem uma
concorrência muito grande, não vejo condições de recompor margem de lucro”,
disse.
Distribuidoras
Das três maiores distribuidoras do país, apenas a Ipiranga
enviou comunicado formal à rede de postos. “Prezado cliente, comunicamos que na
próxima terça, dia 11 de junho de 2024, em adição à dinâmica habituais de repasses,
os nossos preços de gasolina, etanol e diesel serão reajustados em função do
efeito imediato da MP 1227/24, que restringiu a compensação de créditos
tributários de PIS/Cofins”.
Vibra (antiga BR Distribuidora) e Raízen (Shell) ainda não
comunicaram formalmente os postos e também não responderam aos questionamentos
feitos pelo Metrópoles sobre o aumento. Tanto o Sincopetro quanto o
Recap, sindicato que representa postos da região de Campinas, confirmaram as
conversas dessas duas distribuidoras com seus revendedores.
O presidente do Recap, Emílio Martins, acredita que o
aumento é uma forma de pressão do setor para que o Congresso rejeite a MP ou
que o governo a retire.
“O governo sabe que vai perder essa guerra e vai sair
desgastado. Não interessa ao governo um aumento de preços que vai influenciar
na inflação”, disse Martins.
Procurado pelo Metrópoles, o Ministério da Fazenda não
retornou até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para
manifestação.