g1 -17/04/2019 12:57
O ex-presidente peruano Alan García morreu em um hospital em Lima após tentar suicídio com um tiro na manhã desta quarta (17).
O
diretor do hospital, Enrique Gutiérrez, afirmou que, ao dar entrada no
hospital, o ex-presidente tinha dois orifícios de bala no crânio, “um de
entrada e um de saída”.
O
atual presidente do Peru, Martín Vizcarra, publicou em rede social uma mensagem
de condolências para os familiares e amigos.
García
tentou suicídio após a chegada de policiais na sua casa, em Lima, para
prendê-lo por um caso de corrupção ligado à empreiteira brasileira Odebrecht.
A
Justiça do Peru havia determinado a prisão de dez dias do ex-presidente pela
acusação de receber dinheiro ilegal da Odebrecht em uma campanha eleitoral em
2006, de acordo com o site do jornal peruano "El Comercio".
Segundo
a publicação, às 6h25 de Lima (8h25 em Brasília), policiais chegaram à casa de
García com um mandado de busca e apreensão.
Pouco
depois, uma equipe de escolta pediu ao ex-presidente que descesse, porque
também havia um pedido de detenção. Eles relataram que García se comunicou com
seus advogados e, então, se escutou um disparo.
Ele
foi levado ao hospital Casimiro Ulloa, na capital peruana, e chegou a ficar
algum tempo em coma. Foi submetido a uma cirurgia, mas acabou morrendo.
Propinas da Odebrecht
A
Odebrecht é investigada no Peru por ter pago propina para ganhar contratos de
obras de infraestrutura. Os casos de suborno da Odebrecht no país já levaram à
prisão o ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski e a líder da oposição, Keiko
Fujimori.
Kuczynski,
que nega envolvimento com qualquer irregularidade, foi detido na quarta-feira
(10), após a emissão de uma ordem de prisão preliminar por suspeita de
envolvimento com esquema de lavagem de dinheiro.
Os
ex-presidentes Ollanta Humala e Alejandro Toledo também tiveram a imagem
abalada por envolvimento com irregularidades relacionadas à construtora
brasileira.
Em
fevereiro, a Odebrecht fechou acordo de colaboração com o governo do Peru. A
companhia já fez acertos similares com outros sete países: Brasil, Estados
Unidos, Suíça, República Dominicana, Panamá, Equador e Guatemala.