Conheça a história por traz de uma foto

comunica andradina -21/06/2021 10:33

Quem nunca viu uma foto e se pegou pensando sobre o que aconteceu no momento em que ela foi tirada? De repente, vemos uma foto que não parece tão interessante assim, mas quando sabemos a história por trás daquela imagem é outra experiência.

"A história por trás da foto" as vezes é mais interessante do que a própria fotografia e, prova de que estamos sempre tropeçando na história, durante um encontro com o prefeito Mário Celso Lopes, um a migo antigo, Celso Carlos da Silva revelou uma história interessante de uma fotografia ícone da história de Andradina. 


Na imagem, um senhor bem alinhado posa ao lado de uma imensa tora de peroba que foi utilizada por décadas, como prova da fertilidade das terras de Andradina. A tora ficou estacionada por décadas como forma de convencer as pessoas das riquezas dessa nova cidade que nascia nas selvas: “Andradina – a Canaã das Selvas”, a “Cidade Milagre”. 

A árvore foi cortada por Grimbalde José da Silva, pai de Celso Carlos, mesmo antes da fundação da cidade. A árvore foi cortada na Ilha Seca, local onde se instalaria mais tarde a estação ferroviária de Lussanvira, nos limites com o município de Itapura. 

“Meu saudoso pai puxou a tora com 14 juntas num carro de bois carreiro até estação ferroviária de Andradina. Para quem não sabe isso são 28 bois. Ele sempre contava com orgulho sobre ter carreado na Fazenda Guanabara, que era de Antônio Joaquim de Moura Andrade, de 1935 até 1943”, explicou. 


Ilha Seca/Lussanvira

Sobre Ilha Seca, a estação de Lussanvira, aberta em 1910, era parte do tronco da Noroeste do Brasil até pelo menos 1940, quando a variante mais ao sul foi terminada, ligando Araçatuba a Jupiá, passando por Andradina. 

Na época da ativação ali estava afazendado o português João Ramos da Cruz e existia um pequeno povoado com uma agência avançada de correio no sertão. O terror do local era o valentão Isaias de Tal. Ilha Seca foi a estação de onde partiram, após a chegada por trem, os passageiros que se dirigiam à Fazenda Guanabara, que foi demarcada com gente que desceu na estação de Ilha Seca em 1929 e de lá partiu traçando uma trilha até chegar ao ponto central da futura fazenda.

 

Na década de 1930 o transporte na região era bem precário. Havia uma jardineira que saía às 8 horas de Araçatuba e chegava às 15 horas na estação de Ilha Seca, próxima de Lussanvira. Havia uma baldeação para a jardineira mista da Empresa São Sebastião com destino a Andradina com previsão de chegada entre 20 e 24 horas, se não houvesse contratempos. Lussanvira foi abandonada por passar por uma zona de malária muito intensa causando problemas para os ferroviários e moradores da região.

As pessoas se acostumavam com alagamentos e apresentava as piores condições para tráfego e povoamento. Em 1961, o ramal foi definitivamente extinto e todo o trecho junto a Lussanvira, incluindo a própria estação, foi submergido pela construção da represa de Três Irmãos.