r7 -26/11/2023 09:43
O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira
(Republicanos-SP), afirmou neste sábado (25) ter confiança e segurança de que o
Congresso Nacional vai derrubar o veto
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prorrogação da desoneração
da folha de pagamento. Segundo o deputado, a decisão de Lula, se mantida, vai
gerar aumento do desemprego nos 17 segmentos do setor produtivo impactados pela
medida. Os representantes dos ramos atingidos preveem, com a reoneração, perda
de vagas, insegurança jurídica e aumento de custos com reflexo na inflação.
"O presidente tem toda a liberdade e todo o direito de
vetar qualquer projeto de lei, e o Congresso Nacional, na democracia, no Estado
democrático de Direito, em que vivemos, tem também o direito de derrubar o
veto", declarou Pereira.
Na avaliação do parlamentar, faltou "um pouco" de
diálogo. "Nós compreendemos que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
tem se preocupado com a questão do déficit público, mas não é isso que vai
resolver o problema, porque seguramente vai, se esse veto for mantido, gerar um
aumento de desemprego", disse.
"Portanto, nós estamos empenhados, o Republicanos, e
dialogando com os demais partidos para que o mais rápido possível esse veto
seja pautado em sessão do Congresso Nacional e possa ser derrubado, para trazer
mais tranquilidade para esses segmentos da economia e do setor produtivo",
acrescentou.
Movimento pelo veto
Outras lideranças partidárias e bancadas no Congresso também
se movimentam para reverter o veto de Lula à desoneração. Uma sessão conjunta
de deputados e senadores pode ocorrer na próxima terça-feira (28), e existe a
possibilidade de o veto ser analisado nesse dia.
Para derrubar um veto, é necessário o apoio da maioria
absoluta dos parlamentares, ou seja, pelo menos 257 votos de deputados e 41 de
senadores. No caso da desoneração da folha, a proposta foi aprovada pela ampla
maioria dos parlamentares. Por isso, o veto completo é visto como um
enfrentamento à decisão dos parlamentares. Na Câmara, o texto passou com 430
votos a favor e 17 contrários. No Senado, a votação foi simbólica — quando os
senadores não registram o voto nominalmente.
O veto à prorrogação da desoneração foi recomendado pelo
Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, por meio de notas técnicas.
Pela medida, em vez de o empresário pagar 20% sobre a folha do funcionário, o
tributo pode ser calculado com a aplicação de um percentual sobre a receita
bruta da empresa, que varia de 1% a 4,5%, conforme o setor.
A contribuição é feita, mas passa a se adequar ao nível real
da atividade produtiva do empreendimento. Em outras palavras, as empresas que
faturam mais contribuem mais. Com isso, é possível contratar mais empregados
sem gerar aumento de impostos.