noticias ao minuto -30/07/2024 14:21
Milhares de venezuelanos saíram às ruas nesta segunda,
gritando "Até o fim", para rejeitar os resultados divulgados pelo
Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que declararam Nicolás Maduro como vencedor
das eleições presidenciais de domingo.
Os protestos começaram em várias regiões do país, incluindo
o estado de Falcón, onde manifestantes tentaram derrubar uma estátua do
falecido líder socialista Hugo Chávez na Plaza Chávez de Las Eugénias. Em La
Isabelica, Valência, no estado de Carabobo, centenas de pessoas, incluindo
dezenas de motociclistas, saíram às ruas para protestar contra os resultados.
Na autoestrada que liga Caracas ao estado vizinho de La
Guaira, pneus em chamas foram usados para bloquear o tráfego. No leste de
Caracas, no bairro pobre de Petare, considerado o maior da América Latina,
várias pessoas, algumas encapuzadas, saíram às ruas gritando palavras de ordem
contra Nicolás Maduro e destruíram cartazes de sua campanha.
Centenas de manifestantes, a pé e em motocicletas, marcharam
do centro de Petare até os armazéns do CNE em Mariche, gritando "vai cair,
este governo vai cair" e "vamos até o fim". Em outro bairro
pobre de Caracas, El Cementerio, manifestantes expulsaram funcionários da
Guarda Nacional Bolivariana (PNB) do local, chamando-os de "covardes"
por não defenderem o país.
Apesar da chuva, centenas de pessoas marcharam em Los Teques,
30 quilômetros ao sul de Caracas, da Avenida Independência até La Matica, em
protesto contra os resultados eleitorais. Em Maracaibo, no estado de Zúlia,
forças de segurança dispersaram manifestantes com gás lacrimogêneo, de acordo
com vídeos nas redes sociais.
Em Arágua, a 100 quilômetros de Caracas, centenas de pessoas
se concentraram perto da Base Aérea Libertador. À medida que as manifestações
se espalhavam, moradores batiam panelas e vuvuzelas das janelas em apoio.
Os protestos ocorreram após o Procurador-Geral da Venezuela,
Tareck William Saab, advertir que cidadãos acusados de violência ou de rejeitar
os resultados anunciados pelo CNE poderiam ser presos. "Alertamos que atos
de violência e incitamento público podem ser punidos com três a seis anos de
prisão", afirmou em discurso transmitido pela televisão.
Saab também informou que o Ministério Público da Venezuela
iniciou uma investigação contra os opositores María Corina Machado, Leopoldo
López e Lester Toledo por suposto envolvimento em um ataque ao sistema de
transmissão de dados do CNE, com o objetivo de alterar os resultados das
eleições.
O CNE anunciou que Nicolás Maduro foi reeleito para um
terceiro mandato consecutivo com 51,20% dos votos, obtendo 5,15 milhões de
votos, contra 4,5 milhões (44,2%) do candidato da oposição, Edmundo Gonzalez
Urrutia. A oposição, liderada por María Corina Machado, reivindica a vitória
nas eleições com 70% dos votos para Edmundo González Urrutia e recusa-se a
reconhecer os resultados proclamados pelo CNE.