metropoles -31/07/2024 08:53
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou
nesta quarta-feira (31/7) que o regime de Nicolás Maduro na Venezuela não é uma
democracia e cobrou provas de transparência da eleição
presidencial no país. Em entrevista à coluna, Marina
disse que “um regime democrático pressupõe eleições livres”.
A reeleição do presidente venezuelano no último domingo
(28/7) tem sido fortemente contestada pela comunidade internacional, que
pressiona pela apresentação das atas de votação. A oposição acusou fraudes e
afirmou que o vencedor foi o oposicionista Edmundo Gonzalez. Maduro, no poder
há 11 anos, disse ter vencido.
Questionada se o regime de Maduro pode ser chamado de
democracia, disse Marina Silva:
“Na minha opinião pessoal, eu não falo pelo governo, não se
configura como uma democracia. Muito pelo contrário. O Brasil está muito
correto quando diz que quer ver o resultado eleitoral, os mapas, todas as
comprovações de que de fato houve ali uma decisão soberana do povo
venezuelano”, afirmou. E completou:
“Um regime democrático pressupõe que as eleições são livres,
que os sistemas são transparentes, que não haja nenhuma forma de perseguição
política ou tentativa de inviabilizar com que os diferentes segmentos da
sociedade, que legitimamente têm o direito de pleitear, cheguem ao poder. Que
não venham a sofrer qualquer tipo de constrangimento ou impedimento”.
A ministra elogiou o comunicado do Itamaraty, que, na
segunda-feira (29/7), declarou que a apresentação das atas eleitorais era um
“passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do
resultado do pleito”.
“Quando se trata de política externa, o governo está correto
em buscar as cautelas necessárias. Mas a cobrança foi veemente. O fato de fazer
essa cobrança é uma forma de colaborar com o fortalecimento da democracia no
nosso continente, e de que a gente não tenha nenhum tipo de atitude que venha
extrapolar esse princípio. Eu sempre trato a democracia, os direitos humanos,
como um valor. E valores não podem ser relativizados”, afirmou a ministra.
pesar da cobrança do governo brasileiro pela comprovação da
lisura eleitoral na Venezuela, Lula
disse na terça-feira (30/7) que não via nada “anormal”, “grave” ou “assustador”
na eleição venezuelana. O PT, partido do presidente, foi além. A Executiva
Nacional da legenda reconheceu a eleição de Maduro e classificou
o pleito de uma “jornada pacífica, democrática e soberana”.