cnn -15/02/2024 21:53
O governo da Venezuela pediu aos funcionários do órgão de
direitos humanos das Nações Unidas que deixem o país dentro de três dias,
dizendo que irá realizar uma revisão da sua cooperação com a organização.
O governo do país sul-americano afirmou ter tomado a decisão
de “suspender as atividades da assessoria técnica do Alto Comissariado das
Nações Unidas para os Direitos Humanos e realizar uma revisão holística dos
termos da cooperação técnica”.
A revisão acontecerá durante os próximos 30 dias, afirmou o
governo num comunicado, acrescentando que todo o pessoal da ONU ligado ao
escritório deve deixar o país durante as próximas 72 horas.
O escritório do comissário em Caracas direcionou as
investigações da Reuters a autoridades em Genebra ou Nova York.
O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, disse durante um
briefing diário que acabara de ser informado da decisão da Venezuela e que
precisaria entrar em contato com a imprensa.
A televisão estatal criticou duramente na quarta-feira (15)
os comentários do relator especial da ONU sobre o direito à alimentação,
Michael Fakhri, que acaba de concluir uma visita à Venezuela.
Fakhri disse num comunicado que o programa alimentar do
governo não aborda as causas profundas da fome e é suscetível a influências
políticas.
O escritório de direitos humanos da ONU, que opera na
Venezuela desde 2019, deve retificar a sua “atitude colonialista, abusiva e
violadora”, acrescentou o comunicado do governo.
O gabinete desempenhou um “papel inapropriado” no país e
apoiou a impunidade para pessoas envolvidas em tentativas de assassinato,
golpes de estado, conspirações e outros complôs, afirmou.
O governo venezuelano acusa regularmente membros da oposição
política de planejarem aquisições ou o assassinato do presidente Nicolás
Maduro, todas acusações veementemente negadas pelos partidos da oposição e
pelos seus membros.
Os Estados Unidos, a ONU e outros condenaram a detenção e
acusação esta semana da especialista em defesa Rocio San Miguel. Alguns membros
da sua família também foram detidos, embora quatro tenham sido libertados.
Outros órgãos da ONU, incluindo o Programa Alimentar Mundial
e a agência infantil UNICEF, também operam na Venezuela.