r7 -16/05/2023 15:01
Nesta quarta-feira (17) será votada na Câmara dos Deputados
a urgência do projeto
que muda as regras fiscais do Brasil. O acordo é para que a votação do
texto ocorra na próxima semana, na quarta-feira (24). O relator da proposta,
deputado Cláudio Cajado (PP-BA) detalhou, nesta terça-feira (16), a proposta em
forma de substitutivo.
Segundo ele, o texto foi costurado com todos os líderes e
buscou o equilíbrio entre os pedidos do governo e da oposição.
“Dentro do pensamento que o texto consegue acomodar todos os
pensamentos, esperamos que haja um acordo para que não tenha nem destaques, nem
emendas e muito menos sanção [veto presidencial]”, afirmou Cajado, completando
acreditar ter feito a costura necessária para isso. No entanto, ele disse que,
caso haja novas sugestões, não vai impedir a inclusão.
Para agradar o governo, foi excluído da regra do teto de
gastos o aumento real do salário mínimo. “O presidente está excepcionalizado e
pode fazer que esses gastos sejam atendidos. Obviamente, vai pressionar e
comprimir as despesas discricionárias”, avaliou o relator.
Em contrapartida, Cajado criou gatilhos, ou seja,
dispositivos para obrigar os gestores a conter despesas quando houver
descompasso entre os gastos e a meta fiscal. No primeiro ano de descumprimento,
o governo fica proibido de criar cargos, reajustar despesas acima da inflação e
criar despesas obrigatórias, por exemplo.
No segundo ano seguido de descumprimento da meta, a
realização de novos concursos e aumento de salário de servidores são barrados.
Cajado explicou que os gatilhos são medidas administrativas e não criminais,
mas defendeu que houve um arrocho em relação à proposta inicial do governo.
“Estamos colocando, no acompanhamento da execução, os
procedimentos que os gestores terão que fazer. O que for vedado e mesmo assim
descumprido, poderá ser considerado um crime mais grave”, explicou Cajado,
completando que a Lei de Responsabilidade Fiscal existe paralelamente às novas
regras fiscais e que o gestor está passível a responder por ela também.