r7 -24/03/2024 20:00
O presidente do União Brasil Nacional, Antonio de Rueda,
informou que pedirá à Comissão Executiva Nacional a abertura de processo
disciplinar contra o deputado federal Chiquinho Brazão com possibilidade de sua
expulsão do partido, com cancelamento de filiação partidária. Mesmo filiado ao
União Brasil, o parlamentar já não mantinha relacionamento com o partido e
havia pedido ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) autorização para se
desfiliar.
"O União Brasil reunirá a sua Comissão Executiva
Nacional na próxima terça-feira, dia 26 de março. O Estatuto do Partido prevê a
aplicação da sanção de expulsão com cancelamento de filiação partidária de
forma cautelar em casos de gravidade e urgência", disse em nota.
Agentes da Polícia Federal cumpriram, na manhã deste domingo
(24), 12 mandados de busca e apreensão e 3 de prisão em diversos endereços do
Rio de Janeiro. Entre os presos estão o deputado federal Chiquinho Brazão, o
conselheiro do Tribunal de Contas do estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão,
e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, o delegado Rivaldo Barbosa. Os
mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de
Moraes.
De acordo com a investigação, os presos são os autores
intelectuais dos homicídios da vereadora Marielle Franco e de seu motorista,
Anderson Gomes. Eles também são suspeitos da tentativa de assassinato de
Fernanda Chaves, assessora de Marielle.
A motivação do crime teria sido um embate entre Marielle
Franco e Chiquinho Brazão em torno de um projeto de lei, de autoria de Brazão,
que regularizava terrenos dominados pela milícia. Marielle era contra o projeto
e considerada o principal ponto de resistência dentro da Câmara de Vereadores.
A lei foi aprovada, mas vetada pelo então prefeito Marcelo
Crivella. O veto foi derrubado pelos parlamentares, o que motivou o MPRJ
(Ministério Público do Rio de Janeiro) a entrar com uma ação no TJRJ (Tribunal
de Justiça do Rio de Janeiro). O tribunal declarou a lei inconstitucional por
"usurpar a função do chefe do Executivo e ferir a constituição do estado
do Rio de Janeiro."