metropoles -12/11/2024 07:39
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu dos três favoritos do Partido Republicano para liderar o Senado que eles permitam a nomeação de indicados para cargos em sua administração, que se inicia dia 21 de janeiro, sem a necessidade de serem aprovadas pelas audiências do Capitólio, as chamadas “sabatinas”.
Trump usou sua conta no X para defender a urgência de suas
nomeações, condicionando a liderança do Senado à aprovação das “nomeações de
recesso”, aquelas que permitem ao presidente preencher cargos enquanto o Senado
está de “férias”.
“Qualquer senador republicano que busque a cobiçada posição
de liderança no Senado dos Estados Unidos deve concordar com as nomeações de
recesso (no Senado), sem as quais não seremos capazes de confirmar as pessoas
em tempo hábil. Às vezes, as votações podem levar dois anos ou mais. Foi o que
fizeram quatro anos atrás e não podemos deixar que aconteça novamente”,
escreveu Trump.
O presidente eleito destacou: “Precisamos preencher as
posições imediatamente. Além disso, nenhum juiz deve ser aprovado durante esse
período de tempo, porque os democratas estão querendo forçar seus juízes
enquanto os republicanos lutam pela liderança. Isso não é aceitável”.
Trump já indicou dois nomes para seu novo governo desde que
foi anunciado vencedor das eleições de 5 de novembro de 20024. Ele apontou
a deputada republicana por Nova York Elise Stefanik para
o cargo de embaixadora norte-americana na Organização das Nações Unidas (ONU) e
o “czar das fronteiras”, Thomas Homan, como chefe da agência responsável pelo
controle de fronteiras e imigração (ICE).
Intervenção no Senado
As “nomeações de recesso” equivalem a uma intervenção
frontal completa na eleição do Partido Republicano para um novo líder do
Senado. Os republicanos vão substituir Mitch McConnell, líder de longa data do
partido e que está se aposentando, por um dos três homens cotados para o cargo:
Rick Scott, John Thune e John Cornyn. Os três já concordaram com a demanda de
Trump.
As “nomeações de recesso” são controversas nos EUA, visto
que um veredito da Suprema Corte dos EUA de 2014 decidiu que Barack Obama havia
excedido sua autoridade constitucional ao fazer nomeações de alto nível depois
de declarar que o Senado estava em recesso.
À época, a decisão da Corte ainda permitia aos presidentes
ampla liberdade para usar uma cláusula na constituição dos EUA para fazerem nomeações
durante o recesso.