metropoles -23/01/2025 08:16
O novo governo dos Estados Unidos, comandado por Donald Trump, já tem reflexos na geopolítica mundial. Nos primeiros dias da nova administração norte-americana, o russo Vladimir Putin foi alvo de ameaças caso não dê fim à guerra da Ucrânia, enquanto Nicolás Maduro aumentou a retórica militar após manter o poder na Venezuela apesar de sua reeleição não ter sido reconhecida pela comunidade internacional.
O que aconteceu
Uma das promessas de Trump é acabar com a guerra entre
Rússia e Ucrânia o mais rápido possível.
Para isso, o presidente dos EUA ameaçou aplicar sanções
econômicas contra a Rússia caso a paz não seja negociada com o país
governado por Volodymyr Zelensky.
Enquanto isso, a Venezuela de Nicolás Maduro realiza um
grande exercício militar em defesa da “paz e democracia” no país. A
atividade coincide com a chegada de Trump ao poder.
No dia da posse de Trump nos EUA, o regime de Maduro
anunciou o exercício militar “Escudo
Bolivariano 2025”, com o objetivo declarado de defender a “paz e
democracia” na Venezuela. A atividade termina nesta quinta-feira (23/1).
Apesar de não citar diretamente a mudança de poder nos EUA,
a demonstração de força que envolve 150 mil militares acontece nos primeiros
dias de Trump no poder, que assim
como seu antecessor, reconhece Edmundo González como o presidente eleito na
Venezuela.
Horas após assumir a Casa Branca, Trump classificou a atual
situação da Venezuela como um “desastre”, e disse estar de olho no país
sul-americano.
“É um país que eu conheço muito bem por uma série de razões.
Era um grande país há 20 anos, e agora está um desastre. Vamos ver. Estamos
olhando para a Venezuela com grande interesse”, disse o presidente dos EUA.
Maduro ainda admitiu uma possível interferência no
território colombiano. Segundo
o líder chavista, o ministro do Interior, Justiça e Paz, Diosdado Cabello,
atuou em uma ação na região de Catatumbo, no nordeste da Colômbia, onde 80
pessoas já morreram após conflitos entre guerrilhas.
Ameaça contra Putin
Dois dias após se sentar na cadeira presidencial dos
EUA, Trump
fez sua primeira ameaça contra a Rússia caso a paz não seja negociada
com a Ucrânia.
Em uma publicação na rede social Truth, o presidente
republicano chegou a elogiar o país, e disse não ter a intenção de “machucar” a
Rússia ou seu povo. Apesar do tom, Trump disse que pode usar a economia como
uma arma contra o governo de Vladimir Putin.
“Nunca devemos esquecer que a Rússia nos ajudou a vencer a
Segunda Guerra Mundial, perdendo quase 60.000.000 vidas no processo”, escreveu
Trump. “Dito isso, farei um grande FAVOR à Rússia, cuja economia está falhando,
e ao presidente Putin. Acertem agora e PAREM com essa guerra ridícula! SÓ VAI
PIORAR. Se não fizermos um ‘acordo’, e logo, não terei outra escolha a não ser
colocar altos níveis de impostos, tarifas e sanções em qualquer coisa vendida
pela Rússia aos Estados Unidos e vários outros países participantes”.
Antes disso, o Kremlin voltou a dizer que Putin está
disposto a discutir a guerra na Ucrânia com o presidente republicano. A
Rússia, no entanto, tem enfatizado que é preciso abordar as “raízes” do
conflito nas conversas, que ainda não têm uma data definida para acontecer.