cnn -09/02/2025 08:50
O Supremo Tribunal Federal (STF) tende a barrar eventuais mudanças que possam ser aprovadas no Congresso Nacional para flexibilizar a Lei da Ficha Limpa e, consequentemente, diminuir o prazo de inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Já considerando certa a judicialização das possíveis
alterações na legislação, ministros da Corte veem pouca chance de Bolsonaro
reverter sua situação para disputar as eleições de 2026.
Uma ala do tribunal entende que a medida seria inconstitucional,
por violar o chamado “princípio da proibição de proteção deficiente” em relação
à moralidade e à integridade das eleições.
Isso significa que, se o prazo de oito anos de
inelegibilidade para os “fichas-sujas”, válido hoje, é o que assegura que as
eleições respeitem a moralidade e a probidade, um período menor poderia colocar
essa garantia em risco.
Não fosse isso, a redução do prazo para dois anos — como propõe o projeto de lei do deputado Bibo Nunes (PL-RS) —
não poderia retroagir para condenações passadas, apenas para futuras. Dessa
forma, Bolsonaro não seria beneficiado.
Outro ponto levantado por magistrados da Corte é o de que,
se ficar comprovado que a aprovação do projeto foi fruto de uma articulação
política específica para livrar Bolsonaro, estaria caracterizado o desvio de
finalidade.
Os ministros também apostam no diálogo institucional com os
presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado,
Davi Alcolumbre (União-AP), para convencê-los a travar o avanço da proposta.