metropoles -11/11/2023 18:37
Profissionais de saúde passam por um momento crescente de tensão
na Faixa de Gaza, enclave do conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas,
da Palestina. O hospital Al Shifa tem sido atingido por bombardeios em meio à
guerra, o que causou mortes e deixou feridos, segundo o Médicos Sem Fronteiras
(MSF).
“A situação em Al Shifa é verdadeiramente catastrófica”,
disse a coordenadora-geral do MSF na área palestina, Ann Taylor. A organização
humanitária apontou
Israel como culpado pelo ataque ao hospital e relatou impossibilidade
de sair do local.
“Nossa equipe e pacientes estão dentro do hospital Al Shifa,
onde os bombardeios pesados não pararam desde ontem”, falou Taylor. Nessa
sexta-feira (10/11), o centro de saúde ficou sem energia. Há centenas de
pessoas no Al Shifa, segundo
o MSF.
Médicos e enfermeiros se recusam a deixar a região para
poder amparar os feridos. “De ontem de manhã até agora operamos cerca de 25
pacientes. Se eu não estiver aqui ou o outro cirurgião, quem cuidará dos
pacientes?”, questionou o médico-cirurgião Mohammed Obeid.
Obeid ressaltou a necessidade de ambulâncias para evacuar os
pacientes, porque muitos não conseguem andar por estarem recém-operados. No
entanto, os bombardeios contínuos impedem a saída dos enfermos e dos
profissionais de saúde.
O MSF apela para um cessar-fogo urgentemente para poder
tratar os feridos e disse ter vários “em estado crítico e necessitarão de
cirurgias complexas e tratamento prolongado durante semanas, senão meses”. Além
da violência, a organização apontou a
escassez de mantimentos, como água, comida e combustível, em Gaza. Sistema
à beira de colapso
O sistema de saúde de Gaza está “à
beira de um colapso” por conta da guerra, segundo o diretor da Organização
Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A declaração ocorreu em reunião do Conselho de Segurança das
Nações Unidas (ONU) para tratar do confronto entre Israel e Hamas. O
conflito armado já deixou, ao menos, 1,4 mil mortos.