metropoles -05/05/2025 07:57
A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal realiza, na manhã desta segunda-feira (5/5), uma audiência pública para discutir a redução da jornada de trabalho no Brasil. O debate sobre o tema ganhou tração desde o forte apoio popular conquistado pela proposta da deputada federal Erika Hilton (PSol-SP), e ganhou também o aval do Palácio do Planalto para prosseguir.
A audiência desta segunda, proposta por Paulo Paim (PT-RS),
mostra que os senadores também começaram a se engajar na discussão, iniciada na
Câmara dos Deputados. Esta será a primeira atividade de um ciclo de debates na
CDH sobre as mudanças nas relações trabalhistas e os impactos de novas
tecnologias no mundo do trabalho.
Na última semana, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), no
feriado de 1º de maio, dia do Trabalhador, uma proposta de emenda à
Constituição (PEC) que reduz de 44 para 36 horas a escala semanal de trabalho
no país. Na prática, a ideia é adotar uma jornada com quatro dias trabalhados
por semana, com limite de oito horas por dia.
“A jornada de 36 horas, em um cenário de salários
deprimidos, não é uma garantia de descanso ao trabalhador, visto que a pressão
de um segundo emprego continuará a pairar sobre a sua existência. Porém é mais
um instrumento na busca dessa utopia e também ajudará as empresas a entenderem
que o trabalho não pode ser alavanca somente de lucros, precisa articular-se à
dimensão da felicidade”, argumenta a senadora, na justificativa da PEC apresentada.
Proposta semelhante tramita na Câmara
No fim de fevereiro, Erika Hilton protocolou na Câmara uma
PEC que prevê o fim da chamada escala de trabalho 6×1, em que se folga apenas
um dia da semana e se trabalham seis.
O texto conquistou o apoio do governo federal, e precisa
ser pautado na Comissão de Constituição e Justiça da Casa para começar a
tramitar.
A análise feita pela CCJ abarca apenas a admissibilidade da
proposta, retirando trechos que possam ser inconstitucionais. Após a aprovação
da PEC na CCJ, o presidente da Câmara precisa autorizar a criação de uma
comissão especial para analisar o tema.
As lideranças partidárias indicam os participantes da
comissão especial, que analisa o mérito da proposta: ou seja, o conteúdo do
texto. Aprovada nesta instância, precisa ser pautada no plenário da Câmara e
aprovada por ao menos 308 deputados (três quintos do total) em dois turnos de
votação. Depois disso, segue para apreciação do Senado.