metropoles -22/11/2023 13:34
O secretário especial da Receita Federal, Robinson
Barreirinhas, criticou, nesta quarta-feira (22/11), o número de regimes
especiais e benefícios fiscais no país. Segundo ele, isso leva a um descontrole
do Estado em relação à arrecadação federal.
De acordo com Barreirinhas, o Brasil tem mais de 200 regimes
especiais e benefícios fiscais, “em relação aos quais é até difícil a
quantificação. A gente consegue mapear os bilionários, mas nós temos dezenas,
centenas de benefícios que estão na faixa de centenas de milhões de reais e são
alta fruição”, disse em evento de comemoração dos 31 anos da Secretaria de
Política Econômica, outro órgão do Ministério da Fazenda.
“O Estado brasileiro está perdendo o controle em relação à
sua arrecadação por conta desse tipo de situação”, apontou o secretário da
Receita.
Em seguida, Barreirinhas frisou que a reforma tributária
está avançando nesse sentido, mas também outras medidas também são necessárias.
“Todas as medidas que nós temos discutido durante o ano não são de aumento da
carga tributária, são de recomposição dessa base”, salientou.
Segundo ele, nos últimos anos, houve ampliação grande do
gasto tributário, ocasionando uma erosão “muito forte” da base tributária “em
favor dos que menos precisavam”. A fala vai na linha do ministro Fernando Haddad, que
tem defendido o corte de gastos tributários.
MP boa para a Receita
Dentro desse combo de medidas, está a Medida
Provisória (MP) 1185/2023, das Subvenções, que altera a sistemática das
subvenções do ICMS. A MP é considerada por Haddad como fundamental para seu
plano de alcançar a meta de déficit zero nas contas públicas, pois pode render
R$ 35 bilhões.
No entanto, há resistência no Congresso à medida. A Frente
Parlamentar do Empreendedorismo, por exemplo, alega que as mudanças podem
aumentar a carga tributária para o setor produtivo em 5,1 pontos percentuais.