cnn -29/07/2024 07:34
Com 80% do votos apurados, o Conselho Nacional Eleitoral
(CNE) apontou a reeleição do atual presidente, Nicolás
Maduro.
Ele teve apoio de 51,2% dos eleitores que compareceram às
urnas — foram 5.150.092 votos –, segundo o órgão eleitoral, que é alinhado ao
presidente. O principal opositor na disputa, Edmundo González, teve 44,2% —
4.445.978 votos.
Com o resultado, Maduro será reconduzido para um novo
mandato de seis anos — de janeiro de 2025 a janeiro de 2031.
Houve comemoração na sede da campanha de Maduro em Caracas
após o anúncio do resultado. O presidente reeleito abraçou apoiadores ao som da
música que dizia que ele era o “coração do povo”.
A vitória
de Maduro acontece em meio um cenário de críticas à condução da
Venezuela, sendo que por muitas vezes países e organizações questionam o
cumprimento dos processos democráticos.
O triunfo de Maduro representa a continuidade do chavismo no
poder, que chegou em 1999 pelas mãos de Hugo Chávez. Em 2013, após a morte de
Chávez, Maduro assumiu uma posição da qual não saiu desde então.
Oposição autodeclara vitória
O grupo de oposição que se uniu contra a candidatura do
presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que houve fraude no pleito em
que ele foi reeleito para um terceiro mandato.
Maduro foi anunciado como vencedor da eleição no início da
madrugada desta segunda-feira (29) pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE),
órgão alinhado a Maduro.
O resultado do CNE é de que Maduro venceu com 51,2% dos
votos contra 44,2% de Edmundo González.
A oposição, porém, diz que a vitória foi de González por
cerca de 70% dos votos. O número foi baseado nas atas dos centros de votação e
anunciado por María Corina Machado, que seria candidata a presidente, mas foi
impedida de disputar pela Justiça da Venezuela.
González acabou escolhido para representar a oposição.
María Corina Machado fala após resultado da eleição
presidencial na Venezuela, que reelegeu Nicolás Maduro em 29 de julho de 2024 /
Reprodução
No discurso após o anúncio do CNE, foi Corina quem mais
falou. Ela disse que, nos próximos dias, vão “continuar denunciando” o que
chamaram de “fraude”. “Nós vamos combater com a verdade. É impossível o que
disseram”, disse. “Temos informação e temos as atas”.
González disse que a luta “vai continuar”.
A enviada especial da CNN a Caracas, Luciana
Taddeo, obteve acesso exclusivo a atas de votação de centrais eleitorais na
Venezuela horas antes do anúncio dos resultados.
As atas, que registram os resultados de mesas eleitorais
específicas, mostravam uma vantagem significativa para o candidato opositor
Edmundo González em relação ao atual presidente, Nicolás Maduro. Em uma das
mesas analisadas, González recebeu 326 votos contra apenas 17 de Maduro, de um
total de 364 votos.
Histórico de contestações eleitorais
Em 2013, quando houve um resultado muito próximo entre
Nicolás Maduro e Henrique Capriles, a divulgação dos resultados também demorou.
Na ocasião, apesar de uma tentativa de acordo entre os candidatos, Capriles não
reconheceu os resultados, o que levou a dias de protestos e violência nas ruas
da Venezuela.
O governo venezuelano tem alertado há semanas sobre a
possibilidade de a oposição alegar fraude, enquanto a oposição temia que o
governo não reconhecesse uma eventual derrota.