cnn -25/05/2024 21:55
A polícia israelense dispersou manifestantes que protestavam
nas ruas de Tel Aviv contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu neste
domingo (25). O protesto terminou em muita confusão e prisões, embora o número
de detidos não tenha sido divulgado.
Bombas de efeito moral e canhões de água foram lançados
contra a multidão. Policiais montados em cavalos também agitaram para acabar
com a marcha, que reuniu milhares de manifestantes. Houve muito
empurra-empurra.
Manifestantes contrários ao governo se uniram com familiares
e amigos que pediam a libertação dos reféns, que permanecem na Faixa da Gaza
sob o poder do Hamas.
Enquanto marchavam, o grupo também pedia eleições para
substituir Netanyahu, acusando o governo do premiê de corrupção e criticando a
forma como lidou com a guerra contra o Hamas em Gaza após os ataques de 7 de
outubro.
Também houve protestos nas cidades de Haifa, mais ao norte
de Israel, e Rehovot, nos arredores de Tel Aviv.
Famílias de reféns pediram a retomada imediata das negociações com o Hamas
para “avançar num acordo que traga todos de volta”.
O número total de pessoas sequestradas em Israel e detidas
em Gaza é de 125, de acordo com uma contagem baseada em números do Gabinete do
Primeiro Ministro israelense (PMO). Destes, 121 foram sequestrados no dia 7 de outubro e outros
quatro já estavam detidos antes dos ataques.
O gabinete acredita que pelo menos 37 reféns estão mortos e
os corpos são mantidos em Gaza. Israel considera refém os sequestrados que
ainda estão vivos, bem como os mortos.
Na sexta-feira (24), autoridades de Israel afirmaram que
encontraram os corpos de três reféns em Jabalia, no norte de Gaza. Entre as
vítimas estava Michel Nisenbaum, brasileiro de 59 anos que morava em
Israel. Os outros dois reféns tinham ido ao festival de música
eletrônica Nova, onde foram sequestrados pelo Hamas.
Negociações travadas
As perspectivas de uma retomada das negociações por um
cessar-fogo cresceram neste sábado (25), embora Israel tenha realizado novos ataques na Faixa de Gaza.
Em um deles, pelo menos 10 pessoas, incluindo crianças, morreram depois que um
drone atingiu uma escola que era usada como abrigo, segundo profissionais de
saúde palestinos.
Um funcionário com conhecimento sobre o assunto disse à
agência Reuters que as negociações devem ser retomadas na próxima semana. A
decisão sobre voltar à mesa de conversas foi tomada depois de um reunião
entre o chefe da agência de inteligência israelense Mossad, o chefe da CIA (agência de inteligência americana) e o
primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdul Rahman Al Thani.
A fonte, que se recusou a ser identificada pelo nome ou
nacionalidade, disse que tinha sido decidido que “na próxima semana as
negociações serão retomadas com base em novas propostas lideradas pelos
mediadores, Egito e Catar e com o envolvimento ativo dos EUA.”
Contudo, um funcionário do Hamas negou que as negociações
seriam retomadas no Cairo na terça-feira (28). Ele disse à Reuters que “não há
data”.
Depois de mais de sete meses de guerra em Gaza, os
mediadores têm lutado para garantir um avanço, com Israel buscando a libertação
de reféns mantidos pelo Hamas e o Hamas buscando o fim da guerra e a libertação
de prisioneiros palestinos em Israel.
Até agora, nada parece avançar.