r7 -26/02/2024 11:40
Após a morte
da advogada Gabriela Contijo, de 27 anos, durante o TAF (Teste de Aptidão
Física) da Polícia Militar do Distrito Federal, o deputado Julio Cesar
Ribeiro (Republicanos-DF) protocolou um projeto de lei na Câmara que regula a
realização das avaliações físicas, com proibição de testes em determinados
horários e regras para investigar e identificar possíveis falhas nos processos.
O TAF
é uma etapa comum em concursos para polícia, Corpo de Bombeiros e
áreas similares. Ele serve para verificar se o candidato tem condições físicas
adequadas para o cargo que deseja exercer. Atualmente, é o edital de cada
concurso que define as regras e os exercícios exigidos no teste, porém,
geralmente, envolvem barra fixa, abdominais e corrida.
Pela proposta, a banca examinadora deve ter uma equipe
treinada em primeiros socorros para atendimento a emergências. Antes da prova,
os candidatos serão submetidos a uma avaliação médica prévia, que deve ser
realizada antes dos testes físicos, com o objetivo de detectar condições de
saúde que possam representar riscos durante a realização dos testes.
Além disso, o texto proíbe a aplicação do TAF nas horas mais
quentes do dia, entre 10h e 16h.
Outra regra prevista no projeto de lei tem a ver com os
critérios de diferenciação de desempenho mínimo para homens e mulheres, que,
segundo o deputado, "serão fixados com base no desempenho médio de pessoas
em condição física adequada para a realização satisfatória das funções do cargo
ou emprego".
Para o deputado, a regra é "uma medida essencial para
assegurar a equidade, considerando as diferenças fisiológicas e etárias entre
os gêneros" e a "abordagem busca promover igualdade de oportunidades,
levando em consideração as especificidades individuais e as exigências
específicas de cada cargo ou emprego".
Morte em prova da PMDF
A advogada Gabriela Contijo, de 27 anos, morreu em 29 de
janeiro após ter um mal súbito durante o TAF da Polícia Militar do DF. Ela
chegou a ficar internada em uma UTI (Unidade Terapia Intensiva), mas não
resistiu. Segundo familiares, a jovem treinava todos os dias e não tinha
problemas de saúde.
O mal-estar de Gabriela ocorreu durante o teste de corrida,
aproximadamente, às 16h. Para as mulheres, o desempenho mínimo exigido no TAF
era percorrer 2,2 km em até 12 minutos. Além dessa avaliação, foram realizados
os testes de barra e flexão abdominal.
Na época, uma testemunha que viu Gabriela passar mal
durante a corrida do teste afirmou à RECORD que o socorro teria
demorado a chegar no local. Mas a banca organizadora do concurso, o Instituto
AOCP, alegou que a candidata foi atendida imediatamente pela equipe médica que
acompanhava o teste.
O instituto informou que uma das regras do concurso exigia
que todos os candidatos apresentassem um atestado médico, comprovando sua
capacidade para realizar os testes físicos programados.
A jovem apresentou um atestado de aptidão física assinado
por um cardiologista de Samambaia, declarando-a apta para esta etapa da
seleção, conforme informado pela banca examinadora. A Polícia Civil ainda
investiga o caso.