cnn -16/01/2025 09:09
Nas últimas semanas, tiveram grande repercussão notícias sobre as novas regras de fiscalização da Receita Federal sobre transferências realizadas via Pix.
Nada mudaria na vida do consumidor, mas instituições
financeiras como operadoras de cartão, instituições de pagamento –
incluindo plataformas e aplicativos – bancos virtuais e, inclusive, varejistas
de grande porte que ofereçam programas de crédito passariam a ser obrigadas a enviar
determinadas informações ao Fisco.
Porém, nesta quarta-feira (15), a Receita informou que
o ato
que previa esse monitoramento será revogado. A decisão foi tomada por
conta da forte
repercussão de notícias falsas sobre o assunto.
“Vamos revogar ato da Receita que mudou valores para
monitoramento de movimentações financeiras. Pessoas inescrupulosas
distorceram e manipularam o ato normativo da Receita Federal prejudicando
milhões de pessoas, causando pânico principalmente na população mais humilde”,
afirmou Robinson Barreirinhas, secretário responsável pelo Fisco.
O que muda para o Pix?
Nada. Com a revogação do ato da Receita, os valores na mira
do Fisco ainda não serão reajustados, e nem as obrigações ampliadas a outras
instituições financeiras além das tradicionais.
Bancos e cooperativas de crédito, por exemplo, já informavam
sobre as movimentações financeiras de seus clientes. Os valores observados eram
de R$ 2 mil mensais para pessoas físicas e de R$ 6 mil para pessoas jurídicas,
as empresas.
Caso a mudança fosse mantida, seriam monitoradas:
Transações de R$ 5 mil ou mais realizadas por pessoas
físicas;
Transações de R$ 15 mil ou mais feitas por pessoas
jurídicas, as empresas.
Ainda assim, qualquer mudança valeria especificamente para
as empresas que deveriam reportar-se à Receita.
E o Pix será taxado?
Não. O Pix é um serviço gratuito e que não cobra pelas
transações instantâneas que realiza.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), inclusive,
buscou reforçar na terça-feira (14) que o Pix
continua gratuito e sem qualquer alteração para seus usuários.
“O Pix se consagrou como o meio de pagamento mais utilizado
pelos brasileiros nos últimos quatro anos e suas regras permanecem exatamente
como já eram conhecidas pela população”, afirma a Febraban.
Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o ministro da
Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a revogação do ato de monitoramento busca
dar força à tramitação de uma Medida
Provisória (MP) que o governo vai assinar.
O texto vai reforçar os princípios de gratuidade e
de sigilio
bancário do uso do Pix, segundo Haddad.