r7 -14/08/2023 00:44
O partido de Fernando Villavicencio, morto a tiros no Equador, anunciou, neste domingo (13), o
jornalista Christian Zurita como seu novo candidato à Presidência nas eleições
de 20 de agosto.
No sábado, o partido Construye (Constrói) havia nomeado
candidata a ambientalista Andrea González, que era vice na chapa de
Villavicencio, mas mudou de ideia temendo que as normas eleitorais a
invalidassem. A organização informou ter consultado o CNE (Conselho Nacional
Eleitoral) a respeito, mas não obteve resposta.
A lei permite que os partidos políticos nomeiem um
substituto em caso de morte de um candidato. Antes de a candidatura ser
qualificada pelo CNE, é aberta uma fase de impugnação.
A norma eleitoral destaca que as candidaturas, uma vez
inscritas, são irrenunciáveis e que nenhuma pessoa pode aspirar a mais de um
cargo de eleição popular.
O Construye decidiu "que seja o irmão de luta de
Fernando Villavicencio, Christian Zurita, que me acompanhe a não deixar que os
prazos do CNE [Conselho Nacional Eleitoral] sejam motivo de
desqualificação", disse González durante coletiva de imprensa em Quito.
O partido tinha aventado a possibilidade de González
aparecer como candidata a vice na cédula eleitoral e assumir o poder em caso de
vitória.
"Até o momento, não temos clareza de como podemos e
devemos proceder", afirmou Iván González, secretário do partido.
Zurita, que apareceu vestindo colete à prova de bala, assim
como González, desvendou, juntamente com o amigo Villavicencio, o caso de
corrupção que resultou na condenação à revelia do ex-presidente Rafael Correa
(2007-2017) a oito anos de prisão.
Em 2011, Correa processou Zurita e o colega dele Juan Carlos
Calderón por danos morais pela publicação de um livro que revelava contratos
irregulares de seu irmão. O caso foi arquivado a pedido do ex-presidente. Um
juiz determinou que pagassem US$ 2 milhões (aproximadamente R$ 3 milhões, em
cotação da época).
"Não podia permitir que seu projeto político se
perdesse ante o Conselho Nacional Eleitoral por uma possível destituição de sua
candidatura", afirmou Zurita, de 53 anos, e cuja participação ainda não
foi reconhecida pelo CNE.
O novo candidato acrescentou que o projeto de Villavicencio,
assassinado a tiros na última quarta-feira, supostamente por pistoleiros
colombianos, "está intacto".
A respeito do debate presidencial obrigatório deste domingo,
o único oficial de toda a campanha presidencial, Zurita explicou que não poderá
participar, pois sua candidatura ainda não foi oficializada.