cnn -18/04/2025 21:08
Deputados de oposição devem iniciar a semana pós-feriado com
novas estratégias para impulsionar a tramitação da proposta que prevê perdão
aos condenados pelos ataques do 8 de janeiro.
Além de um texto mais flexível, que anistie apenas quem
cometeu crimes graves, a articulação também considera a alteração do relator da
proposta.
Nos últimos dias, integrantes do PL fizeram chegar ao
presidente da Câmara, Hugo Motta, a ideia de substituir o deputado Rodrigo
Valadares, do União Brasil, por outro integrante da legenda: Alfredo Gaspar.
A avaliação considera a carreira de Gaspar, que já foi
procurador de justiça. O movimento, segundo líderes partidários, poderia
facilitar a construção de um texto mais palatável, especialmente para o
centrão.
Além disso, a permanência da relatoria com o União Brasil
seria uma forma de não desagradar a legenda, que segue oferecendo amplo apoio
ao projeto de lei.
Mais de 50% da bancada assinou a lista favorável ao pedido
para que a proposta tramite em regime de urgência na Casa. O número de
apoiadores chamou atenção do governo – que tem a sigla na Esplanada dos
Ministérios – e animou aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Nas contas do Partido Liberal, em uma eventual votação do
projeto em plenário, ainda seria possível contar com pelo menos mais 10 votos
favoráveis do União Brasil.
A mudança de relatoria deve ser reforçada pela oposição em reunião com Hugo Motta na próxima
semana. A alteração, no entanto, ainda é considerada um plano B, já
que o atual relator, Rodrigo Valadares, é bem avaliado pelo presidente da
Câmara.
Penas mais brandas
À CNN, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, admitiu a possibilidade de flexibilização
de trechos do projeto, como forma de driblar a resistência de parte do
Congresso. O deputado, no entanto, rejeita a ideia de abrir mão da proposta,
ainda que uma solução intermediária, via Supremo Tribunal Federal, seja
apresentada.
Conforme apurou o analista Caio Junqueira, a gestão de Lula vê com simpatia a ideia de uma punição mais
branda, via Suprema Corte, para parte dos condenados.
Para Sóstenes, ainda que a dosimetria seja considerada, a
análise do projeto de lei deve ser mantida. O movimento, no entendimento do
líder, só reforçaria a tese de que o Supremo errou e agora busca um caminho
para amenizar a situação dos condenados.