g1 -12/02/2024 16:10
O Senado vai analisar um projeto de lei que fixa critérios
para o juiz decidir sobre a periculosidade de pessoas sujeitas à prisão
preventiva. O projeto é de autoria do senador Flávio Dino (PSB-MA), aguarda
distribuição para as comissões permanentes da Casa. Dino tomará posse como
ministro do Supremo Tribunal Federal no próximo dia 22 de fevereiro, após ser
indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A prisão preventiva está prevista no Código de Processo
Penal e pode decretada em qualquer fase da investigação policial ou do processo
penal, a pedido do Ministério Público ou da autoridade policial.
De acordo com a lei, "a prisão preventiva poderá ser
decretada como garantia da ordem pública, por conveniência da instrução
criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova de
existência do crime e indícios suficientes da autoria".
No projeto, o parlamentar sugere quatro critérios para o
juiz decidir se o grau de periculosidade do investigado gera risco à ordem
pública, como modus operandi (uso reiterado de violência ou grave ameaça),
participação em organização criminosa, natureza, quantidade e variedade de
drogas, armas ou munições apreendidas; e existência de outros inquéritos e
ações penais em curso.
"Com a previsão de tais critérios, entende-se que as
decisões de prisão preventiva poderão ocorrer de modo mais célere, afastando
controvérsias acerca de seu cabimento, garantindo-se, assim, a regularidade das
investigações e do processo penal, bem como a ordem e a segurança
públicas", diz a justificativa do projeto.
A proposta diz ainda que pretende balizar a análise dos
casos de conversão de prisão
em flagrante em prisão preventiva quando das audiências de custódia.
"Almeja-se evitar a análise superficial ou 'mecânica' dos requisitos, o
que gera agudos questionamentos sociais e institucionais, sobretudo quando as
mesmas pessoas são submetidas a sucessivas audiências de custódia e daí
resultam deferimentos 'automáticos' de seguidas liberdades provisórias,
impactando negativamente no resultado útil da atividade policial", diz
Dino na proposta.