Redação - fotos moises eustaquio -10/09/2021 17:22
Consumidores
da concessionária “Águas de Andradina” que se sentirem lesados com a substituição
de hidrômetros terão uma chance para tentar reparar a cobrança eventualmente
indevida. Esse é o teor de um inquérito civil instalado em 2020 pelo Ministério
Público a partir de várias reclamações de munícipes.
Em coletiva
de imprensa essa semana, a promotora Marília Gonçalves Gomes Cangani, disse que
o MP detectou aumentos exponenciais nas contas logo após a troca dos acessórios.
“Valores mensais entre R$ 40 e R$ 80, por exemplo, foram elevados para R$
400,00 ou mais”, divulgou.
A concessionária
alegou ao MP que uma previsão contratual com o município prevê a troca dos
hidrômetros com 5 anos ou mais, “porque o velho estaria alferindo a leitura
inadequada e com o novo haveria uma modificação na medição para maior”.
Segundo a
promotora, a Águas de Andradina foi questionada, a partir do pressuposto de
leituras indevidas, mas negou cobranças retroativas, somente a partir da troca
dos aparelhos. As apurações são relativas de 2018 para cá.
E objetivando
nortear as futuras ações, o MP e o Procon se uniram para prosseguir nas
investigações. Para isso os órgãos dependem dos consumidores que se sentirem
prejudicados, convidados a levarem as faturas de águas anterior e posterior à
troca dos hidrômetros.
PARCERIA
DO PROCON - na foto o diretor Marcel Calestine
Marcel
Calestine, diretor do Procon, diz que esse tipo atendimento será específico e basta
ao consumidor apresentar qualquer comprovante da troca do aparelho para anexar
ao procedimento administrativo a ser encaminhado ao MP.
De acordo
com o diretor, para auxiliar o consumidor na apuração dessa “cobrança abusiva” o
Procon poderá até acessar o site da Águas de Andradina e analisar e emitir os
dados necessários que vão municiar o inquérito civil instaurado.
“Caso fique
constatada alguma lesão os consumidores, eventualmente, poderão impetrar ação judicial
ou tentar um acordo com a Águas de Andradina, no caso um TAC – Termo de Ajuste
de Conduta”, antecipa a promotora Marília.
Todavia,
primeiro é preciso fazer prova dos pretensos abusos praticados pela concessionária,
que aliás, serviu como pivô de crítica do então candidato a prefeito Mário
Celso Lopes durante a última campanha eleitoral.
O Procon está
instalado na rua 13 de Maio, 1.182, entre Santa Terezinha e Orensy Rodrigues da
Silva e o prazo estabelecido para entrega ‘presencial’ dos documentos é até
final de janeiro de 2022. “Quanto antes melhor”, reforça Marcel Calestine.
TEMAS PONTUADOS
NA COLETIVA
Durante a
coletiva de imprensa os repórteres pontuaram alguns temas, como por exemplo a
recuperação das vias públicas após a execução de obras que vêm gerando muitas
reclamações da população; e fiscalização mais intensa por parte da ARSAE –
Agência Reguladora do Serviço de Água e Esgoto.
Se comentou
ainda sobre a CEI aberta pela Câmara Municipal, idealizada pelo vereador
Marcelo Mariano [falecido] para apurar possíveis irregularidades no contrato
entre Município e Águas de Andradina; a ausência de duas Audiências Públicas
obrigatórias para se firmar essa parceria e a suspeita da participação na
licitação de apenas duas das 22 empresas cadastradas.
Texto da CEI instaurada na Câmara Municipal aponta irregularidades na concessão de água