cnn -26/12/2023 10:54
O presidente da Argentina, Javier Milei, está se preparando
para assinar um decreto que não prorroga os contratos de ao menos 7.000
funcionários públicos que foram contratados em janeiro. Os acordos vencem
agora, em 31 de dezembro.
Segundo a imprensa local, o encerramento dos contratos deve
ocorrer já nesta terça-feira (26).
O número exato de desligamentos ainda é incerto, já que a
medida pode atingir servidores da Casa Rosada e administração direta, e também
dos órgãos descentralizados, empresas públicas, sociedades anônimas com
participação majoritária do Estado, como a petroleira YPF e também os contratos
terceirizados com validade até o último dia deste ano.
Na prática, a não-renovação dos contratos era uma medida já
anunciada pelo ministro da Economia, Luis Caputo, mas ficou “em compasso de
espera” até uma avaliação mais concreta do chefe de gabinete, Nicolás Posse.
Após a medida, o governo afirma que vai fazer uma auditoria
sobre o tamanho total do funcionalismo público argentino.
Se algum órgão tentar “segurar” a demissão de um
funcionário, precisa justificar para o governo o motivo e prorrogar o contrato
por apenas mais 90 dias corridos.
Fontes argentinas afirmam que funcionários trans e com
deficiência contratados no último ano não serão dispensados, assim como aqueles
funcionários que estão desde antes de 2023 trabalhando no governo, como parte
de um processo iniciado pelo ex-presidente Alberto Fernández.
Austeridade
Há ainda uma expectativa do anúncio da redução do salário
dos altos funcionários do governo argentino. Ainda conforme o “Clarín”, fala-se
em um congelamento de vencimentos e redução de até 15% em alguns dos cargos.
Também nesta semana, deve ser encaminhado ao Congresso o
pacote de medidas criado pelo Executivo para que seja discutida durante as
sessões extraordinárias convocadas por Milei entre os dias 26 de dezembro e 31
de janeiro.
Entre outros pontos, o governo busca restabelecer as escalas
do Imposto de Renda que existiam antes das modificações promovidas pelo então
candidato e ministro da Economia, Sergio Massa.
Além disso, será incluída a eliminação da fórmula de
mobilidade na aposentadoria para substituí-la, até que se consiga um esquema
melhor e definitivo, com uma série de aumentos por decreto.