-22/06/2025 11:18
O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, tomou medidas emergenciais para preservar sua segurança e a continuidade da República Islâmica em meio à intensificação do conflito com Israel e os Estados Unidos. Três autoridades iranianas confirmaram que Khamenei se resguarda em um bunker e se comunica com seus comandantes por meio de um assessor de confiança, evitando o uso de dispositivos eletrônicos para reduzir o risco de localização.
Nomeações estratégicas e plano de sucessão
Diante da possibilidade de ataques diretos, Khamenei nomeou três clérigos
seniores como possíveis sucessores, caso venha a ser morto. A decisão visa
garantir uma transição rápida e ordenada, essencial para manter a estabilidade
em meio ao conflito. Em tempos normais, o processo de escolha do líder supremo
pela Assembleia de Peritos é longo e marcado por especulações.
Embora o filho de Khamenei, Mojtaba, também clérigo, não
esteja entre os nomes indicados, a sucessão continua sendo um tema sensível e
cercado de sigilo.
Escalada do conflito
Desde os ataques surpresa lançados por Israel em 13 de junho, o Irã enfrenta a
maior ofensiva militar desde a guerra com o Iraque na década de 1980. Em
resposta, o Irã iniciou contra-ataques, atingindo alvos em Israel. Contudo, a
situação se agravou com a entrada dos Estados Unidos no conflito.
Neste sábado (21), o presidente americano Donald Trump
anunciou ataques a três instalações nucleares iranianas, incluindo a central
subterrânea de Fordow. “Nosso objetivo era destruir a capacidade de
enriquecimento nuclear do Irã e pôr fim à ameaça nuclear representada pelo
Estado número 1 do mundo em patrocínio ao terrorismo”, declarou Trump.
Medidas de segurança no Irã
Para evitar infiltrações e novos ataques, o Irã implementou rígidos protocolos
de segurança. O Ministério da Inteligência instruiu autoridades a suspender o
uso de dispositivos eletrônicos e ordenou que altos funcionários permanecessem
no subsolo. Além disso, a internet foi quase completamente desligada e chamadas
internacionais estão bloqueadas, segundo o Ministério das Telecomunicações.
“Concluímos que a internet está sendo usada para prejudicar
a segurança nacional. Essas medidas são necessárias para proteger o país”,
disse Ali Ahmadinia, diretor de comunicações do presidente Masoud Pezeshkian.
Temor de infiltrações
As autoridades iranianas identificaram como prioridade mitigar ameaças de
assassinato, a entrada dos EUA na guerra e ataques contra infraestrutura
crítica, como refinarias e represas. Relatos de infiltração de agentes israelenses
e ataques com drones em território iraniano aumentaram o estado de alerta do
regime.
O Conselho Supremo de Segurança Nacional advertiu que
qualquer colaborador com o inimigo deve se entregar às autoridades até domingo
ou enfrentará pena de morte.
Com o agravamento do conflito, o aiatolá Khamenei reforçou
sua mensagem de resistência: “O povo do Irã se oporá a uma guerra forçada. Não
nos renderemos”. Enquanto isso, o aparato de segurança do regime tenta
assegurar a preservação do Estado em meio à crescente instabilidade.