r7 -01/09/2025 21:32
A Senatran (Secretaria de Nacional de Trânsito), órgão vinculado ao Ministério dos Transportes, avalia alterar a velocidade máxima das vias brasileiras. A secretaria abriu uma consulta pública, por meio do canal Gov.br.
O tema em debate é o “Guia sobre a Gestão de Velocidades” (leia
mais abaixo), como parte da “Coleção de Boas Práticas em Segurança no
Trânsito”, em alinhamento ao Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no
Trânsito.
A sessão foi aberta em 22 de julho e encerrada há duas
semanas, em 21 de agosto.
O R7 apurou que a plataforma recebeu 16 sugestões
— entre elas, estão contribuições para reduzir o limite de velocidade nas
rodoviais e vias do país.
Por enquanto, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva não decidiu
quais recomendações serão acatadas, mas a revisão faz parte do objetivo de
reduzir as mortes no trânsito.
Dados da PRF (Polícia Rodoviária Federal) revelam que 6.160
pessoas morreram e outras 84.526 ficaram feridas em acidentes de trânsito no
Brasil no ano passado.
Guia sobre a Gestão de Velocidades
O documento técnico é desenvolvido pela Senatran para
auxiliar gestores e técnicos de trânsito no planejamento e na definição de
limites de velocidade adequados para diferentes tipos de vias urbanas e para
trechos de rodovias que atravessam áreas urbanizadas.
O objetivo é aumentar a segurança viária, reduzir a
ocorrência de acidentes e preservar vidas, ao reunir recomendações, estudos de
caso e ferramentas de apoio à tomada de decisão.
O material se estabelece como referência para a União,
estados e municípios em todo o Brasil.
Definição de limites
O guia sugere as seguintes velocidades, a depender do
contexto da via:
30 km/h é ideal para áreas com alta presença de pedestres.
50 km/h pode ser usado em vias com boa infraestrutura e
menor vulnerabilidade.
60 km/h e 80 km/h são permitidos em contextos mais
controlados, respeitando categorias de via.
Acima de 80 km/h deve ser exceção e apenas em vias
segregadas adequadamente.
Ações complementares
O documento também destaca que a definição de limites de
velocidade deve ser acompanhada de um conjunto de ações integradas, para que a
regra seja compreendida, respeitada e eficaz na redução de acidentes.
Entre os principais pontos estão:
Infraestrutura viária adequada, com faixas bem demarcadas,
calçadas acessíveis, travessias elevadas e, quando necessário, redutores
físicos, como lombadas, estreitamentos e rotatórias.
Sinalização clara e visível: a placa de limite de
velocidade, isoladamente, não garante a mudança de comportamento. O guia
reforça que a sinalização deve ser coerente com o ambiente e reforçada em
pontos estratégicos, sobretudo onde há risco maior para pedestres e ciclistas.
Fiscalização e controle: o cumprimento dos limites depende
de fiscalização contínua, tanto por agentes quanto por equipamentos
eletrônicos, como radares fixos e móveis.
Educação e comunicação social: campanhas educativas são
consideradas essenciais.
Engajamento comunitário: o documento recomenda ouvir
moradores, pedestres e usuários da via antes de implantar mudanças.
Monitoramento e avaliação: depois da implementação, é
fundamental acompanhar dados de tráfego e de segurança — acidentes,
atropelamentos, fluxo — para ajustar os limites ou medidas de engenharia, se
necessário.