cnn -14/08/2024 14:25
O governo venezuelano de Nicolás Maduro rejeitou, na
terça-feira (13), o relatório preliminar apresentado por um painel de
especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) que concluiu que o
Conselho Nacional Eleitoral (CNE) não cumpriu “medidas básicas de transparência
e integridade” nas eleições.
“Representa um ato absolutamente imprudente que mina a
confiança nos mecanismos concebidos para a cooperação e assistência técnica”,
disse o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, numa publicação
no Instagram.
No comunicado compartilhado por Gil, o governo venezuelano
afirma que o parecer emitido pelo painel formado por quatro especialistas,
“nada mais é do que um ato de propaganda que serve os interesses golpistas da
extrema direita venezuelana”.
ONU: falta de resultados detalhados “não tem precedentes”
Um
painel de especialistas eleitorais das Nações Unidas concluíram que as
eleições na Venezuela não cumpriram “medidas básicas de transparência e
integridade” e alerta que a não publicação de resultados detalhados “não tem precedentes nas
eleições democráticas contemporâneas”.
Os comentários do painel, publicados nesta terça-feira (13),
mas datados de 9 de agosto, ocorrem em meio a uma disputa eleitoral em curso no país sul-americano, que
levou a pelo menos 2.400 prisões e cerca de 23 mortes durante protestos.
“Em suma, o processo de gestão de resultados da CNE ficou
aquém das medidas básicas de transparência e integridade que são essenciais
para a realização de eleições credíveis. Não seguiu as disposições legais e
regulamentares nacionais e todos os prazos estipulados foram perdidos”,
escreve-se no relatório do painel.
Os especialistas acrescentam no documento: “Na experiência
do Painel, o anúncio de um resultado eleitoral sem a publicação dos seus
detalhes ou a divulgação dos resultados tabelados aos candidatos não tem
precedentes nas eleições democráticas contemporâneas. Isto teve um impacto
negativo na confiança no resultado anunciado pela CNE entre uma grande
parte do eleitorado venezuelano”.
Quatro especialistas do painel foram enviados para
acompanhar as eleições de 28 de julho em Caracas.
“Seu objetivo era acompanhar e reportar internamente ao
Secretário-Geral da ONU sobre o processo eleitoral e fazer recomendações para
melhorias futuras. O Painel não era uma missão de observação e – em contraste
com missões de observação eleitoral – não foi estabelecido para fazer um
julgamento público sobre o resultado da eleição”, explica-se no relatório.