jornal de brasília -08/01/2024 16:03
Os brasileiros poderão fazer transferências via DOC até às
22 horas da próxima segunda-feira, 15 de janeiro, de acordo com a Federação
Brasileira de Bancos (Febraban). A data marcará o encerramento da oferta da
operação, existente há quase quatro décadas, e que se tornou obsoleta com a
chegada ao mercado do Pix, o sistema de transferências instantâneas criado pelo
Banco Central.
O encerramento foi comunicado pelos bancos no ano passado.
Após o prazo final, não será mais possível fazer novos DOCs.
Até lá, será possível agendar transações através desse meio
de pagamento para liquidação até o dia 29 de fevereiro, que também será o último
dia para que os bancos processem DOCs enviados pelos clientes.
O DOC foi criado pelo Banco Central em 1985. Através dele,
os clientes fazem transferências para outras contas bancárias, mas a operação
só é efetivada no dia útil seguinte em operações feitas até às 21h59 daquele
dia. Se o DOC é feito a partir das 22 horas, só cai na conta do beneficiário no
segundo dia útil seguinte.
Além do DOC, será extinta a TEC, criada pelo BC para que
empresas pagassem salários e benefícios aos funcionários, mas que também caiu
em desuso.
“Tanto a TEC quando o DOC deixaram de ser a primeira opção
dos clientes e sua utilização vem caindo continuamente nos últimos anos”, diz
em nota o diretor adjunto de Serviços da Febraban, Walter Faria. “Os clientes
têm dado preferência ao Pix, por ser gratuito, instantâneo e também pelo valor
que pode ser transacionado.”
Mesmo antes do Pix, o DOC enfrentava a concorrência de um
meio de transferência mais rápido: a TED, que foi criada em 2002 e que permite
que o envio de dinheiro seja efetivado no mesmo dia caso a operação aconteça
até às 17 horas.
A TED continuará existindo, e é um meio de pagamento popular
para transferências de grandes valores.
A utilização do DOC vem caindo. No primeiro semestre do ano
passado, o instrumento somou 18,3 milhões de operações, ou 0,05% das operações
de pagamento feitas no País.
O Pix, com 17,6 bilhões de operações, os cartões de crédito
e débito, com 8,4 bilhões casa, e a própria TED, com 448 milhões, ficaram à
frente, de acordo com levantamento da Febraban.
Em novembro do ano passado, de acordo com o BC, as
transferências via DOC movimentaram R$ 1,522 bilhão.
O Pix teve uma movimentação muito maior: R$ 1,741 trilhão.
A TED, por sua vez, movimentou R$ 3,135 trilhões.