cnn -14/12/2024 12:01
O general Walter Souza Braga Netto, ex-ministro e
candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, foi preso
depois de a Polícia Federal (PF) ter identificado que ele estaria tentando
obter dados sigilosos da delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
Esse teria sido um dos pontos-chave para o mandado de prisão
cumprido neste sábado (14), segundo fontes próximas da investigação. Em breve
comunicado, a PF informou apenas que Braga Netto vinha “atrapalhando a livre produção de provas” sobre a
tentativa de golpe de Estado.
Na semana passada, em depoimento à PF, o general Mauro Lourena Cid, pai do
ex-ajudante de ordens, foi questionado sobre as tentativas do entorno
Bolsonaro para ter acesso às declarações feitas pelo tenente-coronel no âmbito
da colaboração premiada. O general negou ter vazado informações sobre o acordo.
No relatório final do inquérito de tentativa de golpe de
Estado, a PF apontou que, em cima da mesa de um assessor do general Walter
Braga Netto, na sede do PL, havia um documento que descrevia perguntas e
respostas relacionadas ao acordo de colaboração premiada firmado por Mauro Cid.
“O contexto do documento é grave e revela que,
possivelmente, foram feitas perguntas a Mauro Cid sobre o conteúdo do acordo de
colaboração realizado por este em sede policial, as quais foram respondidas
pelo próprio, em vermelho”, diz o relatório.
No fim do mês passado, Mauro Cid foi ouvido novamente pela
PF. O relato de detalhes sobre a atuação de Braga Netto na trama
golpista teria sido essencial para manter os benefícios da colaboração premiada.