cnn -19/07/2024 07:29
Interlocutores da equipe econômica relataram à CNN terem
saído da reunião ocorrida na tarde de quinta-feira (18) com aval do presidente
Lula para cortar despesas em todos os ministérios.
Nesse sentido, não haveria restrições a pastas sociais como
educação e saúde, tampouco a Defesa, cujo ministro, José Múcio Monteiro, deu
declarações recentes dizendo ter garantia de que sua pasta não seria afetada.
Assim, de hoje até segunda-feira (22), o trabalho da equipe
econômica será analisar o orçamento de todas as pastas para anunciar onde
ocorrerão os cortes.
O pedido do presidente foi apenas de que as pastas com menor
orçamento não sejam sacrificadas com grandes cortes e que políticas públicas
relevantes sejam preservadas.
A estimativa é de que o relatório bimestral de receitas e
despesas a ser apresentado na segunda-feira tenha uma estimativa de déficit
superior a R$ 32 bilhões.
A percepção é que Lula foi convencido, principalmente pela
chamada ala econômica – Fernando Haddad e Simone Tebet -, de que o problema não
é a meta fiscal, mas o crescimento exponencial das despesas correntes.
Há o sentimento de que essa ala terá aval político do
presidente para finalmente iniciar um processo de revisão de gastos, antiga
demanda da dupla.
Também se entendeu que a questão toda, mais do que de linhas
de pensamento econômico – a dualidade entre uma fiscalista ala econômica e uma
expansionista ala política – trata-se fundamentalmente de uma questão legal. E
que os integrantes da ala política presentes no encontro, como o ministro da
Casa Civil, Rui Costa, concordaram com essa premissa.
Costa aliás e seus aliados desse grupo dentro do governo
pouco falaram na reunião, que foi conduzida principalmente por Haddad e Tebet.
A reunião, dizem fontes ligadas aos ministros, foi tranquila e sem grandes
embates como outras que já ocorreram com as duas alas presentes diante de Lula.