metropoles -20/01/2025 08:55
Donald Trump toma posse como presidente dos Estados
Unidos nesta segunda-feira (20/1), em Washington D.C. Ele retorna ao poder para
se tornar o 47º chefe de Estado da maior potência mundial em trajetória
impressionante. O republicano saiu de primeiro ex-presidente condenado da
história norte-americana e chega, mais uma vez, à Casa Branca em vitória
esmagadora contra a agora vice-presidente do país, a democrata Kamala Harris.
Aos 78 anos, Trump retorna à Casa Branca, segundo analistas políticos,
como um homem que parece politicamente à prova de balas, com um plano de ação
detalhado e com milhões de apoiadores. Homem esse que há pouco mais de quatro
anos parecia derrotado, visto que, em 2020, seu oponente democrata, Joe Biden,
venceu a eleição com margem confortável.
No pleito de 2024, o mundo assistiu a um Donald Trump
empoderado que foi capaz de conquistar 312 delegados e 49,8% dos votos
populares, ou seja, com margem de vitória mais do que tranquila frente à sua
oponente Kamala Harris, que teve 226 delegados e 48,3% no voto popular.
Em um cenário mais do que confortável, Trump volta ao poder
com maioria na Câmara, no Senado e na Suprema Corte.
Posse presidencial
O evento de posse é iniciado quando Donald Trump entra no
palco para fazer o juramento para o cargo perante o chefe da Suprema Corte,
John Roberts, às 14h (horário de Brasília). Tradicionalmente, os eventos de
posse são feitos em frente ao Capitólio dos EUA, no entanto, devido ao frio extremo na
capital, a cerimônia acontecerá no interior do prédio.
Na sequência, Trump fará seu discurso de posse, que segundo
ele, será “edificante e unificador”. O que representa uma grande mudança em
relação ao seu primeiro discurso de 2017, em que ele detalhou um país quebrado,
descrito como “carnificina norte-americana”. Serão disponibilizados mais de 220
mil ingressos para o evento.
Decreto e promessas
O presidente eleito, se cumprir a promessa, assinará, na
sequência da posse presidencial, uma série de decretos que darão aos oficiais
de imigração mais liberdade para prender imigrantes sem antecedentes criminais,
enviarão mais tropas para a fronteira com o México e reiniciarão a construção
do muro na fronteira.
Também serão assinados decretos relativos a uma iniciativa
para aumentar a produção de energia e referentes à primeira onda de perdões
para os réus condenados por participação no ataque ao Capitólio dos EUA, em 6
de janeiro de 2021. As pessoas invadiram o local para tentar impedir que Joe
Biden fosse então confirmado como presidente eleito.
Condenações de Donald Trump
Trump foi considerado culpado em 34 acusações criminais, em
julgamento em maio de 2024, e ainda enfrenta mais três acusações nos estados da
Geórgia, Washington e Flórida.
Ele foi sentenciado em 10/1/2025 pelo crime decorrente do
suborno pago à atriz pornô Stormy Daniels. Apesar da condenação, Trump foi
sentenciado à “dispensa incondicional”. Isso significa que ele não será preso,
tampouco terá de pagar multa. Porém, a confirmação da sentença do caso o torna
o primeiro presidente dos EUA a ser condenado criminalmente.
O ex-conselheiro especial do Departamento de Justiça Jack
Smith, antes de renunciar, encerrou dois dos casos contra Donald Trump e
renunciará ao cargo, antes que o republicano tome posse.
Em 2023, o conselheiro indiciou Trump por conspirar para
anular a derrota eleitoral que sofreu em 2020 e para esconder documentos
confidenciais. Nenhum dos casos foi a julgamento antes da vitória eleitoral de
novembro de 2024.
Campanha presidencial
Trump anunciou que concorreria à Presidência dos EUA em 2024
apenas algumas semanas após o fracasso republicano nas eleições de meio de
mandato em 2021, em um início de campanha que pareceu inoportuno.
O mundo assistiu a uma campanha presidencial dura entre
Kamala Harris e Donald Trump com ataques mútuos, ofensas e uma chuva de
notícias falsas por parte do republicano, que chegou a afirmar que imigrantes
haitianos nos EUA estavam comendo animais de estimação.
Com uma campanha iniciada com a busca do FBI em Mar-a-Lago
por documentos confidenciais de segurança nacional, em agosto de 2022, que culminou
em uma série de indiciamentos em 2023, o risco criminal de Trump deu aos
democratas a falsa sensação de vitória garantida. Mas, no fim, foi o
republicano que retornou à Casa Branca com ampla vantagem.
Tentativas de assassinato
Donald Trump se consolidou como o 47º presidente dos Estados
Unidos em corrida eleitoral recheada de reviravoltas: com a saída de Joe Biden
e a entrada de Kamala Harris e por duas tentativas de assassinato.
A primeira delas no dia 13 de julho, durante comício na
Pensilvânia, quando Trump chegou a ser atingido de raspão na orelha direita por
uma bala. A segunda aconteceu no dia 15 de setembro, enquanto o
presidente jogava em seu clube de golfe, em West Palm Beach, na Flórida, e
agentes do Serviço Secreto avistaram um rifle em meio aos arbustos.