imprensa andradina -31/10/2023 10:11
A partir de agora o descarte de MDF, sigla para Medium
Density Fiberboard, não pode ser mais feito o Ecoponto de Andradina, seguindo
dete4rminação da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) que tem
regras rígidas quanto ao destino correto de materiais contaminantes. No caso do
MDF, ele é classificado como “altamente contaminante”, pois é composto por
fibras de madeira que são aglutinadas por uma substância chamada formaldeído, o
formol, como é popularmente conhecido.
“Para matérias contaminantes existem um protocolo especial e
devem ser seguidos pelas geradoras e utilizadoras deste material. Não é uma
novidade para outros seguimentos, como hospitais e clínicas, que já possuem um
esquema para o descarte adequado de todo material deste tipo produzido por
eles”, disse a secretária de meio Ambiente de Leila Rodrigues.
No caso da MDF, por conta do Formol, uma substância
altamente tóxica e cancerígena, ou seja, quando as marcenarias não fazem o
descarte correto das sobras e dos resíduos de MDF, quem absorve o composto é a
natureza, nossos rios, solos etc. E mais.
Como cerca de 25% do MDF utilizado no setor moveleiro
torna-se resíduo, Andradina produz por mês cerca de 15 toneladas deste produto
contaminante, que eram depositados no Ecoponto.
Um dos objetivos da proibição, é estimular os empresários do
setor de marcenaria a destinarem corretamente seus resíduos, sem que a
responsabilidade seja transferida, ou que o meio ambiente pague a conta.
Porque o MDF é o protagonista nas marcenarias hoje?
Apesar da diversificação, a cadeia produtiva da indústria
moveleira no Brasil é historicamente especializada na produção de artigos
confeccionados com madeira, por causa da abundância de matérias-primas de
origem florestal.
Todavia, em razão das restrições ambientais e legais para a
obtenção de madeira maciça, expandiu no Brasil a fabricação de painéis de
madeira produzidos com pínus e eucalipto reflorestados.
Segundo informações da Indústria Brasileira de Árvores
(IBÁ), em 2016 a produção de painéis de madeira reconstituída (MDF, MDP, etc.)
no Brasil foi de 7,3 milhões de m³, dos quais 86% destinaram-se ao mercado
interno. Existem 18 fábricas produtoras de painéis no Brasil e o país ocupa o
8º lugar no ranking mundial dos maiores produtores de painéis de madeira
reconstituída. (IBÁ, 2017). No país há um predomínio no uso de MDF revestido
com laminado.
Os fabricantes de painéis disponibilizam os produtos com uma
única dimensão, o que dificulta o aproveitamento das placas, e
consequentemente, resulta em maiores perdas de material nas marcenarias.
A produção de MDF utiliza principalmente as madeiras de
eucalipto e pinus.
Regularização ambiental
Quando o empreendedor busca a regularização de
empreendimentos do setor moveleiro através da obtenção da Licença Ambiental, um
dos fatores a serem considerados é a destinação adequada do resíduo de MDF.
LEI
De acordo com a norma NBR 10.004/2004, da ABNT, que trata da
definição e classificação dos resíduos sólidos, os de MDF são classificados
como Classe I - Perigosos.
Eles podem conter resinas sintéticas e, além disso, o
material pode ser tratado com produtos halogenados, antifúngicos, tintas,
vernizes, adesivos e revestidos de plásticos e PVC, o que inviabiliza a sua
utilização como combustível em quaisquer condições de queima.
Nessa classe estão incluídos os resíduos com características
de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade,
por exemplo: Restos de tintas, óleos usados, solventes, estopas, panos e papeis
contaminados com óleos e graxas e o resíduo de MDF.