reuters -21/10/2023 23:49
No Egito, terminou sem acordo a
cúpula de líderes que discutiu caminhos para paz na região do conflito. O
Egito, que faz fronteira com Israel e a Faixa de Gaza, convocou e sediou o
encontro.
O anfitrião, o presidente Abdel Fattah al-Sisi, condenou
o deslocamento forçado de palestinos.
Na semana passada, Israel ordenou que a população do norte
da Faixa de Gaza se deslocasse para o sul do território. Al-Sisi não quer que
palestinos se instalem na região egípcia do Sinai.
Neste momento, a fronteira do Egito com Gaza está fechada
para a circulação de pessoas. O país tem um papel histórico importante: não
apenas tem a única fronteira com Gaza não controlada por Israel, mas também foi
o administrador do território até 1967
Outras nações árabes também temem que a ofensiva israelense
possa expulsar palestinos para os estados vizinhos, como aconteceu na guerra de
1948, depois da criação de Israel.
O rei Abdullah da Jordânia, lar de muitos
refugiados palestinos e seus descendentes, disse que o deslocamento
forçado é um crime de guerra.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud
Abbas, que governa a Cisjordânia e não tem relações com o Hamas, que administra
a Faixa de Gaza, afirmou: os palestinos não vão deixar suas terras.
O primeiro-ministro da Espanha condenou
veementemente os ataques terroristas contra Israel e reconheceu o direito do
país de se defender, respeitando as leis internacionais.
"Se a comunidade internacional não agir, a situação
pode piorar dramaticamente", disse Pedro Sánchez.
“Que não se torne um conflito muito mais amplo, numa guerra
religiosa, num choque de civilizações”, destacou a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.
Representando o Brasil, o ministro das Relações Exteriores,
Mauro Vieira, disse que o governo
brasileiro defende uma solução multilateral. Na quarta-feira
(18), os
Estados Unidos vetaram uma resolução apresentada pelo Brasil no
Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, sobre a guerra.
“A paralisia do Conselho de Segurança está tendo
consequências para a segurança e a vida de milhões de pessoas."
O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres,
disse que nada pode justificar o ataque do Hamas contra civis israelenses. E
que esses ataques abomináveis nunca poderão justificar a punição coletiva ao
povo palestino.
No total, a Cúpula do Cairo para a Paz reuniu representantes
de mais de 30 países, com presidentes, primeiros-ministros, monarcas,
chanceleres. Mas os Estados Unidos, o
aliado mais próximo de Israel, fundamental nos esforços anteriores para a paz
na região, enviaram apenas um diplomata da sua embaixada no Cairo. E Israel
não mandou ninguém. A conferência terminou sem um acordo sobre uma declaração
conjunta.
França, Alemanha e Reino Unido não enviaram chefes de estado
e de governo para a cúpula. Mandaram ministros como representantes.
Em Londres, milhares de pessoas foram às ruas em um protesto
pró-palestina, manifestação que se repetiu em outras cidades do mundo.