folhapress -16/10/2024 00:00
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou ao
Congresso Nacional nesta terça-feira (15) o projeto de lei que endurece as
penas para quem pratica crimes ambientais, em particular as queimadas
florestais.
A proposta será apensada no Congresso Nacional a um outro
projeto de lei, de autoria do senador Davi Alcolumbre (União-AP), que é
favorito para assumir a presidência do Senado a partir de fevereiro.
O governo também solicita a tramitação em regime de urgência no Congresso
Nacional.
A proposta aumenta para de três a seis anos de reclusão a
pena pelo crime de provocar incêndio em floresta ou em demais formas de
vegetação, além de multa. Essa pena, pela legislação atual, é de dois a quatro
anos, mais multa.
Além disso, essa pena poderá ser aumentada em um sexto se
forem comprovados alguns agravantes, como, por exemplo caso atinja unidades de
conservação, seja feito em grupo, cause perigo à saúde pública ou à vida
coletiva, ou tenha finalidade de obter vantagem financeira.
Atos culposos (ou seja, não intencionais), reduzem a pena
para detenção de um a dois anos, com multa.
E também é considerado agravante (com aumento da punição
entre um sexto e um terço) caso o fogo exponha o patrimônio de outra pessoa.
A minuta também propõe que seja igualado ao crime de
incêndio florestal o ato de exploração econômica financeira de áreas da União
queimadas -tática comum para grilagem de terras públicas.
O governo federal diz que parte das queimadas tem esse
perfil.
A mensagem ao Congresso Nacional foi assinada durante uma
cerimônia fechada no Palácio do Planalto, com a presença do presidente e dos
ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e Marina Silva
(Meio Ambiente).
Durante o evento, Lula afirmou que a proposta vai mostrar
que se não pode poderá mais "brincar com o crime ambiental" e que as
pessoas terão que ser "punidas severamente".
"Eu acho que com bom trabalho a gente consegue fazer
com que seja aprovado em regime de urgência na Câmara e depois no Senado para
que a gente possa dizer de uma vez por todas às pessoas que agem como se fossem
bandidos nesse país, achando que estão destruindo uma coisa dos outros, quando
na verdade estão destruindo é a qualidade de vida do seu filho, do seu neto, do
seu bisneto, das pessoas que virão", afirmou o presidente.
O ministro Ricardo Lewandowski afirmou que se trata de uma
atualização de uma legislação que estabelece sanções penais e administrativas
para condutas lesivas ao meio ambiente. Também disse que considera a lei atual
defasada.
O ministro afirmou que a pena média para esses crimes varia
de dois a três anos de detenção atualmente, o que facilita a prescrição dos
crimes. Também permitiem a suspensão do processo ou a liberdade condicional.
Lewandowski ainda acrescenta que apenas 350 pessoas estão
presas em todo o país por crimes ambientais, em um universo de 850 mil
detentos.