metropoles -19/12/2023 23:57
O Congresso
Nacional aprovou, em sessão conjunta, nesta terça-feira (19/12),
a Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024. Durante a votação dos
destaques, porém, o Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro,
conseguiu acrescentar ao texto emenda de teor ideológico.
O dispositivo veda a destinação “direta ou indireta” de
verbas da União para promover, incentivar ou financiar diversos temas que são
bandeiras da oposição conservadora. São eles:
invasão ou ocupação de propriedades rurais privadas;
ações tendentes a influenciar crianças e
adolescentes, da creche ao ensino médio, a terem opções sexuais diferentes do
sexo biológico;
ações tendentes a desconstruir, diminuir ou extinguir
o conceito de família tradicional, formado por pai, mãe e filhos;
cirurgias em crianças e adolescentes para mudança de
sexo; e
realização de abortos, exceto nos casos autorizados em
lei.
LDO
A proposta mantém a meta de déficit zero das contas públicas
para o ano que vem, como defende o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O
projeto segue para sanção presidencial. O encontro foi realizado de forma
semipresencial, ou seja, parlamentares puderam votar remotamente por meio do
aplicativo InfoLeg. A opção é para garantir o quórum nas votações.
A LDO define as diretrizes para a elaboração do Orçamento. O
Congresso ainda precisa aprovar a Lei Orçamentária Anual (LOA), com deliberação
prevista para a próxima quinta-feira (21/12).
O parecer, feito pelo deputado Danilo Forte (União-BA) e
aprovado anteriormente pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) na última semana,
mantém o calendário para que o governo federal empenhe as emendas parlamentares
impositivas. Elas podem ser individuais (de deputado ou senador) ou de bancada
estadual.
O texto também institui uma trava de R$ 23 bilhões para o
limite de contingenciamentos em 2024. O valor reservado para as emendas bateu
recorde histórico: R$ 49 bilhões. São R$ 25 bilhões para emendas individuais,
R$ 12,5 bilhões para as de bancada e R$ 11,3 bilhões para as de comissões.
O relator, porém, complementou o voto com o objetivo de
retirar os prazos para as emendas de comissão (não impositivas). Foi mantida a
destinação mínima de 0,9% da receita líquida de 2022 para essas emendas, sendo
dois terços para as comissões da Câmara e um terço para as do Senado. O total
de recursos está em torno de R$ 11 bilhões.