metropoles -13/03/2025 21:11
O Congresso Nacional aprovou, nesta quinta-feira (13/3), o Projeto de Resolução do Congresso (PRN) nº 1, de 2025, que engloba o acordo entre os Três Poderes sobre as emendas parlamentares. A votação do projeto era necessária para oficializar, no regimento interno do Legislativo, o que foi costurado com o Supremo Tribunal Federal (STF) e com o Executivo.
Na Câmara dos Deputados, 361 deputados votaram favoravelmente,
e 33, contra a medida. No Senado Federal, 64 senadores foram favoráveis, e
três, contrários. O projeto tem o objetivo de dar mais transparência e
rastreabilidade às emendas parlamentares, mas deixa lacunas.
O texto reforça o rateio de emendas individuais a ser feito
entre os representantes da Câmara e do Senado: “Do valor previsto, 1,55% caberá
às emendas de deputados e 0,45% às de senadores, distribuídos de forma
igualitária entre os parlamentares de cada Casa”.
Inicialmente, a minuta da proposta estabelecia uma
secretaria na Comissão Mista de Orçamento, com poderes de definir “a política e
os critérios para divulgação de dados, publicações e informações
orçamentárias”. O dispositivo sofreu forte resistência e foi retirado durante
sua oficialização no sistema do Congresso.
No capítulo sobre a classificação de emendas, o texto afirma
que as “atas previstas referentes à apresentação e à indicação de emendas”
serão elaboradas, “sempre que possível, no sistema de apresentação de emendas”.
Ou seja, abre-se uma lacuna para que não sejam colocadas todas as emendas no
sistema do Legislativo.
Emendas de líderes e de comissão
O texto inicial estabelecia a criação, indiretamente, das
emendas de líderes partidários. Pelo texto, os representantes dos partidos
seriam os responsáveis pelas indicações aos colegiados. No momento da
discussão, isso mudou. O relator da proposta, senador Eduardo Gomes (PL-TO),
acatou a emenda que permite que qualquer parlamentar faça a indicação, com o
objetivo de identificar o autor de cada emenda.
As emendas de comissões foram batizadas de “Orçamento
Secreto 2.0” pela falta de transparência sobre os reais autores; por isso,
esses repasses entraram na mira do STF, que chegou a bloquear pagamentos e
gerou uma crise com o Legislativo.
O projeto que visa encerrar o impasse com o Supremo promoveu
mais alterações nesses repasses, adicionando o campo de autor, antes
inexistente.
Transparência
Tanto no caso das emendas de comissões quanto no das
bancadas estaduais, o campo de autor foi adicionado para identificação. Esse
campo não está presente, porém, nos modelos de solicitação de alteração de
emendas.
Ou seja, os colegiados e as bancadas poderão aprovar uma
emenda com a devida transparência, mas posteriormente poderão alterar o repasse
sem garantia de que o solicitante da alteração seja identificado.