r7 -15/06/2023 09:22
A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que
tipifica o crime de "discriminação contra pessoas politicamente
expostas". Um dos objetivos da proposta é impedir que bancos neguem
crédito ou abertura de contas, por exemplo, a parentes de políticos que sejam
réus em processos judiciais em curso ou condenados sem trânsito em julgado, ou
seja, que ainda possam recorrer da decisão judicial.
O texto do projeto aprovado nessa quarta-feira (14)
segue agora para o Senado. Foram 252 votos a favor e 163 contrários. O Novo e a
federação PSOL-Rede orientaram seus deputados a votarem contra a proposta. A
federação PT-PV-PCdoB liberou sua bancada. Já o PL e os dois maiores blocos da
Casa, que reúnem, de um lado, Republicanos, MDB e PSB e, de outro, União
Brasil, PP, PSB, PDT e PSDB-Cidadania, orientaram voto favorável à aprovação da
medida.
"Faz-se premente que as instituições financeiras sejam
compelidas a justificar a negativa de abertura ou manutenção de conta, tendo em
vista tratar-se, frequentemente, de necessidade irremediável para que o cidadão
possa obter seu sustento, posto que se trata de requisito basilar para que
possa exercer um emprego regularizado", diz o texto do projeto, de autoria
da deputada Dani Cunha (União Brasil-RJ), filha do ex-presidente da Câmara
Eduardo Cunha.
Relator do projeto, o deputado Cláudio Cajado (PP-BA), disse
que a votação foi decidida no Colégio de Líderes, comandado pelo presidente da
Câmara, Arthur Lira (PP-AL). "Não estamos votando em causa própria,
estamos defendendo princípios constitucionais. Ou o princípio de presunção de
inocência não está na Constituição?", disse Cajado, no plenário
Para aprovar hoje o mérito do projeto, os deputados votaram
antes um requerimento para tramitação em regime de urgência, o que dispensou a
análise do texto em comissões da Câmara e permitiu a apreciação diretamente no
plenário.