r7 -19/03/2025 14:25
Um engenheiro chinês identificado apenas pelo sobrenome Liu foi condenado à morte por vazar segredos de Estado a uma agência estrangeira de espionagem, anunciou o governo de Pequim nesta quarta-feira (19).
A sentença foi divulgada pelo Ministério de Segurança do
Estado da China, que detalhou o caso em um comunicado oficial publicado em sua
conta no WeChat, aplicativo de mensagens chinês.
Liu trabalhava como engenheiro assistente em um instituto de
pesquisa, cujo nome não foi revelado, e pediu demissão após se sentir
injustiçado no ambiente de trabalho.
Antes de deixar o cargo, ele “copiou e conservou em segredo
uma grande quantidade de material confidencial que havia administrado, com a
intenção de utilizá-lo posteriormente para se vingar ou chantagear seus
superiores”, disse o ministério.
Depois de sair do instituto, Liu se envolveu em uma empresa
de investimentos, mas acabou acumulando dívidas com negócios fracassados. Foi
então que, segundo o governo chinês, ele decidiu vender os segredos de Estado
em seu poder.
O plano de Liu foi “cuidadosamente elaborado”, segundo o
governo chinês. O engenheiro entrou em contato com uma agência estrangeira de
inteligência e entregou o material confidencial por “um preço muito baixo”.
Após receber a informação, a agência cortou contato com ele,
o que levou Liu a tentar vender os dados no exterior. “Em meio ano, ele viajou
secretamente para muitos países e vazou seriamente os segredos do nosso país”,
diz o comunicado.
Após ser preso, ele confessou os crimes e foi condenado à
morte, além de ter seus direitos políticos cassados permanentemente. A data da
execução não foi informada.
O caso ocorre em um momento de crescente
alerta na China contra a espionagem. O governo de Pequim tem intensificado
os avisos sobre cidadãos sendo recrutados por entidades estrangeiras.
Em novembro passado, um ex-funcionário de uma agência
estatal foi condenado à morte após ter um pen drive de trabalho apreendido por
espiões estrangeiros, tornando-se, segundo autoridades, um “fantoche” a serviço
deles, segundo a BBC.
Em fevereiro do mesmo ano, o escritor australiano Yang
Hengjun recebeu uma sentença de morte, mais tarde suspensa, por acusações de
espionagem. Ele permanece preso apesar de apelos da Austrália por sua
libertação.