cnn -18/07/2025 10:56
A operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira (18) está sendo acompanhada em tempo real pela
Casa Branca, disseram à CNN interlocutores do deputado federal
licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF
(Supremo Tribunal Federal), Bolsonaro passará a usar tornozeleira eletrônica,
além de cumprir recolhimento domiciliar no período noturno e finais de semana.
O ex-presidente também foi proibido de entrar em contato com
o seu filho Eduardo. O deputado e o jornalista Paulo Figueiredo têm articulado
com o governo Donald Trump medidas contra o Brasil, incluindo a sobretaxa de
50% a produtos brasileiros.
Sob reserva, aliados do ex-presidente que acompanham a
articulação com o governo Donald Trump esperam que ação da PF acelere sanções
contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) e até
mesmco contra o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
O jornal The Washington Post publicou na quinta-feira (17),
com base em relatos de quatro fontes familiarizadas com o assunto, que Eduardo
Bolsonaro articula com a Casa Branca sanção a Moraes.
De acordo com a reportagem, Eduardo tem feito lobby junto ao
governo dos Estados Unidos para incluir Moraes na lista de sanções da Lei
Magnitsky — dispositivo norte-americano que permite a punição de autoridades
estrangeiras envolvidas em violações de direitos humanos ou corrupção. O plano,
se concretizado, elevaria a tensão diplomática entre Brasil e EUA.
Segundo o jornal norte-americano, integrantes do governo
Trump consideram as sanções há semanas. Duas fontes relataram ter visto uma
minuta da ordem de sanções, que teria sido rejeitada pelo Departamento do
Tesouro.
Na quinta-feira (17), Trump divulgou uma carta a Bolsonaro na qual dizendo
que o aliado é alvo de "ataques" de um "sistema injusto". O
presidente dos Estados Unidos afirmou ainda que estava "observando de
perto."
"Este julgamento precisa parar imediatamente",
afirmou, se referindo ao processo penal no qual Bolsonaro é réu no Supremo
Tribunal Federal (STF) por fazer parte do que seria um plano de golpe contra o
resultado das eleições de 2022.
De acordo com aliados do ex-presidente, o novo gesto de
Trump já era esperado e vinha sido negociado por Eduardo.
A nova carta, segundo interlocutores do deputado, tinha o
objetivo de demonstrar que apenas Bolsonaro e seus aliados têm canal aberto de
diálogo com Trump.
Trump anunciou a taxação ao Brasil em carta ao presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), divulgada nas redes sociais no dia 9 de julho.
O texto inicia justamente com a defesa de Bolsonaro. Desde então, o presidente
dos Estados Unidos reiterou diversas vezes o apoio ao ex-presidente.