r7 -05/07/2024 22:59
Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,4 bilhões em recursos
esquecidos no sistema financeiro até o fim de maio, divulgou nesta sexta-feira
(5) o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de
Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 7,13 bilhões, de um total de R$
15,49 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.
As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de
defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de maio, 21.266.542
correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ter ultrapassado os 21
milhões, isso representa apenas 32,27% do total de 65.896.646 correntistas
incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.
Entre os que já retiraram valores, 19.819.974 são pessoas
físicas e 1.446.568 são pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o
resgate, 41.284.748 são pessoas físicas e 3.345.356 são pessoas jurídicas.
A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o
saque tem direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10
concentram 63,6% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100
correspondem a 24,86% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil
representam 9,77% dos clientes. Só 1,77% tem direito a receber mais de R$ 1
mil.
Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi
reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de
agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em
maio, foram retirados R$ 327 milhões, uma alta em relação ao mês anterior,
quando tinham sido resgatados R$ 290 milhões.
Melhorias
A atual fase do SVR tem novidades importantes, como
impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no
WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR.
Também haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam
a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de
nascimento ou de fundação da empresa.
Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a
valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário,
inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vidas,
o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor.
Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares
pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema,
conseguirá ver as informações como valor, data e CPF de quem fez o pedido.
Fontes de recursos
Também foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não
estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré
ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e
distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para
devolução.
Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já
disponíveis para saques no ano passado: contas-corrente ou poupança encerradas;
cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de
cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio
encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações
de crédito cobradas indevidamente.
Golpes
O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com
golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos
resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do
Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em
contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.
O BC também esclarece que apenas a instituição financeira
que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o
cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que
ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.