r7 -25/02/2024 10:01
O ex-presidente Jair Bolsonaro vai participar de uma
manifestação na avenida Paulista, em São Paulo, às 15h deste domingo (25). O
ato, convocado também por aliados, ocorre em meio às investigações da Polícia Federal e do STF (Supremo Tribunal
Federal) que miram Bolsonaro.
"Um ato pacífico, pelo nosso estado democrático de
direito, pela nossa liberdade, pela nossa família, pelo nosso futuro. Espero
vê-lo, se Deus quiser", disse Bolsonaro em vídeo publicado nas redes
sociais (veja abaixo).
O ex-ministro da Casa Civil Ciro Nogueira usou as redes
sociais para convocar os seguidores ao ato. "Domingo é dia de família. É
quando nos reunimos na casa das nossas referências, geralmente pais ou avós, em
busca de alegria e apoio. É de lá que vem a força para enfrentarmos mais uma
semana e os desafios que ela pode trazer. E é exatamente num dia tão simbólico,
com esse espírito de família, que nos reuniremos na Av. Paulista neste
domingo", afirmou.
"Lá, estaremos ao lado do nosso líder Bolsonaro para
ouvi-lo e apoiá-lo. Agora, é bom avisar: parentes inconvenientes não são
bem-vindos, e ele já avisou que não aceitará palavras de ataque a ninguém.
Então, fica aqui o aviso aos famosos "lacradores": se quiser atacar
ou ofender alguém ou alguma instituição, nem apareça no domingo. Domingo é dia
de família", completou Nogueira.
A manifestação ocorre em meio às investigações que miram
Bolsonaro. Nesta semana, o ex-presidente não respondeu às perguntas dos policiais federais
que investigam uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Os ex-ministros Anderson Torres (Justiça e Segurança
Pública), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Walter Braga
Netto (Defesa) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também prestaram
depoimento.
As oitivas aconteceram de maneira simultânea, técnica
utilizada para dificultar a troca de informações entre os investigados.
Os advogados de Bolsonaro disseram que o ex-presidente optou pelo
silêncio por não ter acesso integral aos autos.
"Esse silêncio, quero deixar claro que não é
simplesmente o uso do exercício constitucional, mas uma estratégia baseada no
fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos por quais estão sendo
imputados ao presidente a prática de certos delitos", disse o advogado
Fabio Wajngarten.
Entenda a investigação
O grupo de aliados de Bolsonaro é investigado pela PF no
inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado para manter o
ex-presidente no poder após a derrota nas eleições de 2022 para Luiz Inácio
Lula da Silva.
As informações foram obtidas por meio da delação do
ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, coronel Mauro Cid, e confirmadas pelos
investigadores por meio de dados dos dispositivos móveis dos investigados.
A PF tem informações sobre uma reunião que aconteceu no
Palácio do Planalto, na qual os alvos das investigações estariam tratando sobre
uma minuta que estabeleceria um estado de sítio no país.
O PL, segundo apontam as investigações da Polícia Federal,
foi "instrumentalizado" para financiar e comandar a estrutura de
apoio à suposta tentativa de golpe de Estado. O partido repassou R$ 1.225.000
ao instituto "Instituto Voto Legal" no segundo semestre de 2022.
A organização foi responsável pela elaboração do
"Relatório Técnico — Logs Inválidos de Urnas Eletrônicas", divulgado
em 15 de novembro de 2022, que questionava a segurança das urnas eletrônicas,
especialmente as fabricadas até 2020.
Além disso, a legenda manteria uma casa no Lago Sul, região
rica de Brasília, utilizada como comitê de campanha de Bolsonaro, que depois
seria frequentada por entusiastas e articuladores do suposto golpe de Estado. O
local foi chamado pela PF de "QG do Golpe".