cnn/foto metropole -01/09/2025 21:16
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu não comparecer ao julgamento do plano de golpe que começa nesta terça-feira (2), na Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal). A informação foi confirmada à CNN pelos advogados Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno.
A defesa diz que o ex-presidente gostaria de ir ao STF, mas
as condições de saúde prevaleceram para que ele, que está em prisão domiciliar,
decidisse não comparecer às sessões que podem condená-lo a mais de 40 anos de
prisão por acusação de tramar um golpe de Estado.
A ida de Bolsonaro ao STF dividiu seu entorno. Advogados,
médicos e familiares recomendaram que ele ficasse em casa e assistisse pela TV
por causa da saúde. Já aliados políticos defendiam que o ex-presidente
comparecesse para passar um recado político.
Soluços
Aliados de Jair Bolsonaro dizem que o ex-presidente está sereno
às vésperas do julgamento que pode condená-lo por plano golpista.
Apesar disso, apresenta uma forte crise de soluço.
Nesta segunda-feira (1º), Bolsonaro recebeu a senadora
Damares Alves (Republicanos-DF). Ao lado da ex-primeira-dama Michelle
Bolsonaro, a parlamentar fez uma oração pelo ex-presidente.
Como mostrou a CNN, a maioria dos réus por tentativa de golpe de Estado deverá
acompanhar pela televisão o julgamento na Primeira Turma do STF, que começa
nesta terça-feira (2), às 9h.
Sem presença obrigatória, os ex-integrantes do núcleo duro
do governo Jair Bolsonaro querem evitar a exposição durante a análise do caso,
em que podem terminar condenados por um plano de golpe.
Até agora, o único que confirmou a intenção de ir
pessoalmente à Corte é o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro
da Defesa. A informação foi dada à CNN pelo advogado Andrew Fernandes.
Já o general Walter Braga Netto, preso desde dezembro de
2024 na 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro, acompanhará o julgamento por
videoconferência, informou o advogado José Luís de Oliveira Lima. O ex-ministro
da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, em 2022, é
acusado de ser um dos líderes da trama.
Dos oito acusados, quatro confirmaram que não comparecerão,
orientados por suas defesas. Segundo apurou a CNN, o general Augusto
Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional); o ex-ministro
da Justiça Anderson Torres; o ex-comandante da Marinha, almirante Almir
Garnier; e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid,
assistirão ao julgamento de casa.
Ex-chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), o
deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) ainda não se posicionou sobre como acompanhará
as sessões que analisarão o plano de golpe.
Os oito réus do chamado núcleo crucial do plano de golpe são
acusados dos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição
violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado
pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público, além de deterioração
do patrimônio tombado.
O julgamento está previsto para ir até o dia 12 de setembro.
O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, marcou sessões em
cinco dias para as discussões.
Em dois deles, o julgamento ocorrerá das 9h às 12h. Nos
outros três dias, haverá duas sessões diárias: uma das 9h às 12h e outra das
14h às 19h.