r7 -22/04/2023 16:50
A versão do general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI
(Gabinete de Segurança Institucional), que prestou depoimento na sexta-feira
(21) à Polícia Federal, deixou questões em aberto.
Primeiro, o ex-ministro do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) afirma ter chegado ao Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro, às
14h50, portanto antes da invasão do prédio, que começou por volta das 15h01
daquele dia.
As primeiras imagens que mostram o ex-ministro são das
16h29. Portanto não se sabe até o momento quais foram as medidas adotadas pelo
general durante esse período de quase uma hora e meia.
Em depoimento, ele afirma que pediu reforço ao Comando
Militar para proteger as instalações. Mas só aparece nas imagens até agora já
tentando evitar a invasão do gabinete do presidente Lula e apenas direcionando
manifestantes para escadas, sem efetuar prisões.
Na fala à Polícia Federal, o militar, que era o responsável
pela segurança do Palácio do Planalto, diz ainda que não teve conhecimento de
que o coordenador de avaliações de risco do GSI, coronel Alexandre Santos de
Amorim, havia classificado os protestos do dia 8 como risco
"laranja", o segundo maior, ou seja, com alto risco.
Gonçalves Dias também detalha o número de homens à
disposição no dia dos protestos. Afirma que havia 45 agentes de coordenação
geral de segurança, 46 militares da Cavalaria e guardas e 38 militares de
choque do Batalhão de Guarda.
Nas imagens a que a Record TV teve acesso até o
momento, não há o registro de confrontos antes da invasão do Palácio do
Planalto. Mesmo com esses homens disponíveis, o então coordenador da equipe de
segurança do Palácio do Planalto, capitão do Exército José Eduardo Pereira, o homem
que oferece água aos extremistas, aparece nas imagens por mais de uma hora,
sozinho, acompanhando a movimentação dos criminosos próximo ao gabinete
presidencial, que não foi invadido.
Durante as quase cinco horas de depoimento, o general
Gonçalves Dias diz ainda ser "absurdo" o GSI não ter sido convidado
para reuniões na Secretaria de Segurança do Distrito Federal. Alegou ainda ser
impossível ter feito a prisão dos invasores, porque estava sozinho, e que
caberia ao Exército fiscalizar e até retirar os acampamentos da frente de
quartéis.