metropoles -02/12/2024 12:45
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou, nesta segunda-feira (2/12), a volta do pagamento das emendas parlamentares, que estava paralisado desde agosto, quando Dino decidiu que o Legislativo precisava atender aos requisitos constitucionais da transparência e rastreabilidade.
O bloqueio das emendas parlamentares pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) havia mantido represados
aproximadamente R$ 25 bilhões no Orçamento da União.
Com a decisão, os parlamentares deverão cumprir uma série de
regras. Por exemplo, as emendas de relator (RP 9) e de comissão (RP 8) estão
liberadas com a devida identificação dos parlamentares; as emendas Pix serão
liberadas com a devida apresentação do plano de trabalho prévio; e as emendas
anteriores a 2025 terão prazo de 60 dias para que a ausência de plano de
trabalho seja sanada.
Já as emendas de bancada deverão ser individualizadas. E,
daqui para frente, as emendas só serão liberadas com plano e em contas
específicas.
A liberação das emendas deve destravar votações no Congresso Nacional.
Os parlamentares esperavam que Dino liberasse a modalidade até sexta-feira
(29/11). Segundo eles, a retomada dos recursos é crucial para dar
prosseguimento à análise de pautas importantes para o governo.
Na decisão, Dino chegou a afirmar que, “cogitando ser
verdadeira a reiterada armação das advocacias do Senado e da Câmara de que é
impossível recompor plenamente o itinerário percorrido para a execução
pretérita de parte expressiva das emendas parlamentares, temos a
gravíssima situação em que BILHÕES DE REAIS do Orçamento da Nação tiveram
origem e destino incertos e não sabidos”.
O ministro concluiu ser “pouco crível que a execução de
bilhões de reais do dinheiro público tenha se dado sem ofícios, e-mails,
planilhas, ou que tais documentos existiram e foram destruídos no âmbito dos
Poderes Legislativo ou Executivo”.
A decisão de Dino deve, ainda, ser confirmada pelo plenário
do STF. Em dezembro, o Congresso terá agenda apertada para votar pautas
prioritárias, como a revisão de gastos públicos e os dois textos que compõem a
peça orçamentária: a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária
(LOA) As emendas parlamentares
Após a determinação do STF, o Congresso começou a se
mobilizar sobre o assunto das emendas. O deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA)
criou proposta que estabelece série de normas para atender às exigências de
transparência e rastreabilidade.
O texto foi aprovado na Câmara dos Deputados em novembro e
já trazia algumas das regras a serem seguidas pelos parlamentares.