metropoles -20/08/2024 20:08
Após uma reunião entre ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF) e os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos
Deputados, Arthur Lira (PP-AL), os líderes chegaram a um consenso sobre a
necessidade de maior transparência em relação às emendas parlamentares.
Nos últimos dias, a crise entre o Supremo e o Legislativo se acirrou após uma
decisão do ministro Flávio Dino proibir temporariamente o pagamento das emendas.
Nesta quarta-feira (20/8), representantes dos Três Poderes se reuniram para
aparar as arestas.
Apesar do consenso em manter as emendas Pix, o mecanismo
permanecerá suspenso até que o ministro Flávio Dino, relator da ação, reexamine
o processo.
“O tema mais problemático, que havia sido objeto de uma
liminar do ministro Flávio Dino, era o das emendas Pix, que envolviam uma
transferência de recursos para o destinatário, livre da apresentação de um
plano de trabalho ou de um objeto específico, de um cronograma. Nós ajustamos
que isso não poderá acontecer”, explicou o presidente do STF, Luís Roberto
Barroso, após o encontro.
Em relação às transferências individuais, o ministro
esclareceu: “Elas serão mantidas, mas haverá um ajuste interinstitucional entre
Executivo e Legislativo em algumas regras para a distribuição de emendas
individuais”.
Barroso ressaltou que o consenso partiu de uma construção
coletiva, em reunião na qual todos manifestaram preocupações: STF, Câmara e
Senado. “Depois, o governo apresentou visões e conseguimos construir
coletivamente as soluções. Ninguém chegou com proposta pronta. O STF não
participa de negociação política”, disse Barroso.
O presidente do STF ainda ressaltou que as liminares que
suspenderam todas as emendas impositivas ainda estão em vigor e o
encaminhamento processual depende do relator, ministro Flávio Dino, que deve
levar ao plenário. “As decisões continuam valendo até nova decisão”, explicou.