imprensa andradina -11/06/2024 23:09
Dona Dina rodou o equivalente a 11 voltas pelo planeta Terra para receber tratamento de hemodiálise
A ala de atendimento do Centro de Hemodiálise “Thomaz
Rodrigues Alckmin”, foi homenageada com o nome de uma mulher que é símbolo da
luta de uma cidade pela abertura do tratamento em Andradina. Trata-se de
“Alvandina Pereira do Nascimento”, a dona Dina, a mãe do jornalista Eduardo
Imperador. Após lutar durante mais de 3 anos em viagens para centros de
hemodiálises da região, ela acabou falecendo no dia 5 de março, dias antes da
abertura do Centro para tratamentos na cidade.
Ela estava há mais de um ano na fila do transplante o que
motivou a lua do filho, Eduardo Imperador pela abertura do Centro, despertando
a esperança de por fim as longas viagens de ambulância para o extensivo
tratamento, enquanto o Centro de Hemodiálise de Andradina, pronto para
funcionar desde 2016, permanecia fechado.
Dona Dina era uma mulher simples, que desde a infância
trabalhou na roça, colhendo feijão e socando milho para ajudar a família. Aos
12 anos decidiu que tentaria algo melhor na cidade, pegando carona escondido e
batendo de porta em porta, em busca de emprego. Com apenas 12 anos de idade
começou a trabalhar como empregada doméstica.
Dona Dina batalhou muito para cuidar dos filhos, e abdicava
dos cuidados com a saúde para se dedicar ao sustento da família. Ela realizava
suas sessões de hemodiálise em Ilha Solteira (SP) três vezes por semana, saindo
de casa às 9 horas, retornando apenas às 17h.
“Ela resistiu há quase 3 mil sessões de hemodiálise em quase
4 anos de tratamento, sendo aproximadamente seis mil horas dentro de uma
ambulância e 420 mil km de estradas percorridos. São 11 voltas pelo planeta
Terra”, disse Eduardo.
Ao usar a palavra, o prefeito de Andradina, Mário Celso
Lopes, disse que Dina era uma dessas pessoas que construíram Andradina,
enaltecendo as pessoas que fazem a sua luta diária para honrar as origens,
criar os filhos e construir uma cidade cada vez mais forte a cada dia.
Sobre a abertura do Centro de Hemodiálise ele afirmou que
ela é fruto da luta dos andradinenses para ter direito a esse atendimento,
afirmando que até o momento os governos não colaboraram para o funcionamento.
“O mérito, a fonte pagadora e quem tem o direito de comemorar esse feito é o
bravo povo de Andradina que paga seus impostos para que coisas assim sejam
possíveis, por mais difíceis que sejam as adversidades”, disse o prefeito.
Mário Celso explicou que a decisão de abrir o Centro por
conta própria veio depois de várias tentativas junto aos governos, onde sempre
recebia a “resposta padrão” de que os atendimentos da região já estavam
divididos e que a abertura de Andradina era desnecessária. “Provamos que aqui
existe uma demanda e forte e já pedimos o credenciamento do Centro ao Sistema
Único de Saúde”, disse.
Além do prefeito e da secretária de Saúde, Maristela Marinho, estiveram presentes à inauguração o presidente da Câmara, Lucas Lopes, a vereadora Elaine Vogel, do vereador André Lopes, Fabiano, assessor do vereador Fabrício Mazotti, líderes religiosos e familiares.