Daily Mail -03/09/2024 13:57
O homem que criou um chat online, para convidar vários
homens a estuprarem a sua mulher, na França, começou a ser julgado esta
segunda-feira (2). O início dos trabalhos ficou marcado pela chegada da vítima
que, até ao momento, mantinha-se em anonimato.
Gisele, de 72 anos, se apresentou na companhia dos três
filhos, que se mantiveram seu lado durante primeira audiência contra
Dominique P., de 71 anos.
Os atos de que Gisele foi vítima aconteceram entre 2011 e
2020, com a mulher sendo drogada pelo companheiro e estuprada por desconhecidos
que o seu marido aliciava online. Os atos sexuais eram filmados.
A polícia contabilizou 92 estupros, cometidos por 72 homens,
dos quais 51 foram identificados. Assim como Dominique, eles também serão
julgados. Gisele só percebeu ao que era sujeita em 2020.
Como tudo foi descoberto
O casal se conheceu em 1971 e casou dois anos depois, tendo
tido três filhos. Gisele recorda que o marido lhe chegou a sugerir que fizessem
swing, algo que ela recusou. Apesar disso, descreve-o como "uma ótima
pessoa" e que tinha uma vida "sexual normal".
Também os filhos relatam que nenhum dos seus comportamentos
sugeriam que estivesse fazendo algo de mal e que cumpria o seu papel de pai de
forma devida.
O esquema de Dominique teria começado em 2011, quando a
família vivia em Paris, e onde começou a recrutar pessoas online para
estuprarem a própria mulher.
O esquema foi descoberto em setembro de 2020 quando o homem
foi flagrado filmando por baixo da saia de três mulheres em um shopping. Depois
disso, a polícia viria a descobrir uma série de imagens e vídeos da sua mulher
inconsciente e em posição fetal, guardados no seu computador.
As imagens mostram, supostamente, dezenas de estupros na
casa do casal em Mazan, uma aldeia de 6000 habitantes a cerca de 32 quilômetros
de Avignon, na Provença.
Os investigadores também encontraram conversas num site
chamado coco.fr, entretanto fechado pela polícia, e em que Dominique P.
recrutava estranhos para irem a sua casa e terem relações sexuais com a sua
mulher.
Dominique P. admitiu mais tarde aos investigadores que dava
à sua mulher tranquilizantes potentes, como Temesta, um medicamento para
reduzir a ansiedade, e que impunha uma série de normas para que os suspeitos
não acordassem a mulher, nem deixassem vestígios.
Entre esses suspeitos estão, um bombeiro, um empresário, um
jornalista, entre outros.
Dominique P., disse que teria sido estuprado por um enfermeiro
quando tinha 9 anos, já admitiu que os seus comportamentos são inaceitáveis, e
o julgamento deve prolongar-se até dezembro.
O Daily Mail refere que o homem é ainda acusado de outros
crimes de estupro, cometidos anteriormente.