cnn -29/11/2024 13:15
Os combates no noroeste da Síria nos últimos três dias
mataram 27 civis, incluindo oito crianças, disse uma autoridade da ONU nesta sexta-feira
(29).
Rebeldes liderados pelo grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham
lançaram uma incursão na quarta-feira (27) em uma dúzia de cidades e vilas na
província noroeste de Aleppo, que é controlada pelo governo do presidente
sírio, Bashar al-Assad.
O Exército do país afirmou que continua enfrentando o
ataque, ressaltando em uma declaração que causou baixas pesadas aos insurgentes no interior de Aleppo e Idlib.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, destacou que a
Rússia, que tem forças na Síria apoiando Assad, considerou o ataque rebelde uma
violação da soberania da Síria. Pontuou também que as autoridades devem agir
rápido para retomar o controle.
Maior ataque desde 2020
O ataque foi o maior desde março de 2020, quando Rússia e
Turquia, país que apoia alguns dos rebeldes no noroeste, fecharam um acordo que
acalmou o conflito.
David Carden, Coordenador Humanitário Regional Adjunto da
ONU para a Crise Síria, pontuou: “Estamos profundamente alarmados com a
situação que se desenrola no noroeste da Síria”.
“Ataques implacáveis nos últimos três dias custaram a vida
de pelo menos 27 civis, incluindo crianças de até oito anos de idade”, afirmou
ele à Reuters.
“Civis e infraestrutura civil não são alvos e devem ser
protegidos pelo Direito Internacional Humanitário”, advertiu.
A agência de notícias estatal síria Sana informou que quatro
civis, incluindo dois estudantes, foram mortos nesta sexta-feira em Aleppo
por bombardeios de rebeldes contra dormitórios de estudantes
universitários.
Não ficou claro se eles estão entre os 27 mortos relatados
pelo funcionário da ONU.
Bombardeio em área de fronteira
Aviões de guerra russos e sírios bombardearam a área perto da fronteira com a
Turquia na quinta-feira (28) para tentar repelira ofensiva insurgente
que capturou território pela primeira vez em anos, disseram fontes do Exército
sírio e rebeldes.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentou que esse é
um “ataque à soberania síria e somos a favor de que as autoridades sírias
coloquem ordem na área e restaurem a ordem constitucional o mais rápido
possível”.
Questionado sobre relatos não confirmados do Telegram russo
de que Assad havia ido para Moscou para conversas com o presidente russo,
Vladimir Putin, Peskov disse que não tinha “nada a dizer” sobre o assunto.