EFE -02/01/2024 19:16
O número de mortos em consequência do terremoto
de 7,6 graus de magnitude que atingiu a costa oeste do Japão na segunda-feira
(1º) subiu para 50, enquanto continuam os esforços de resgate e a busca por
pessoas presas sob os escombros dos edifícios desabados, segundo informaram
fontes oficiais japonesas.
A cidade de Wajima, a cerca de 500 km de Tóquio e situada
muito perto do epicentro do sismo, foi uma das mais atingidas pelo terremoto,
que provocou o desabamento de cerca de 25 edifícios, muitos deles habitações
particulares, nesta localidade de cerca de 27 mil habitantes.
As autoridades acreditam que pessoas ainda possam estar
presas sob os restos de 14 destes edifícios, segundo dados do Corpo de
Bombeiros local, que segue realizando operações de resgate.
Em várias das cidades afetadas, dezenas de pessoas foram
levadas a hospitais e os esforços de resgate continuam, razão pela qual o
número de mortos deverá aumentar nas próximas horas.
Imagens captadas pela NHK na manhã desta terça-feira
mostraram um prédio de sete andares colapsado e uma coluna de fumaça subindo em
uma área central de Wajima conhecida por seu mercado matinal.
A província também sofreu um incêndio que afetou mais de 200
estruturas e persiste em algumas áreas, embora as chances de se espalhar ainda
mais sejam mínimas, segundo as autoridades.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, realizou nesta
manhã uma entrevista coletiva na qual disse que ele próprio será o responsável
pela gestão do desastre.
“Serei o diretor-geral, mobilizarei as Forças de Autodefesa,
a Guarda Costeira japonesa, os bombeiros e a polícia”, explicou o premiê, que
comentou que está sendo extremamente difícil o acesso de veículos às áreas do
norte da península de Noto e que o governo já enviou suprimentos por navio.
O líder do Executivo japonês também pediu aos moradores das
zonas afetadas “que atuem com segurança”, uma vez que “o risco de desmoronamentos
de casas e deslizamentos de terras está aumentando nos pontos onde os tremores
foram fortes”.
De acordo com os últimos números desta tarde, cerca de 32
mil pessoas foram evacuadas nas províncias de Ishikawa, Toyama e outras áreas
próximas, enquanto os serviços aéreos e ferroviários locais permanecem
suspensos.
Cerca de 1.000 soldados das Forças de Autodefesa japonesas
estão participando das operações de resgate.
Já o número de casas sem eletricidade, principalmente em
Ishikawa, está atualmente estimado em dezenas de milhares.
Felizmente, as subidas do nível do mar detectadas em
diferentes localidades japonesas, e até mesmo na vizinha Coreia do Sul, não
causaram danos significativos.
O terremoto de segunda-feira é o mais mortal no Japão desde
abril de 2016, quando dois terremotos de 6,5 e 7,3 graus de magnitude atingiram
a ilha japonesa de Kyushu, deixando mais de 200 mortos e mais de 1.000 feridos.
O Japão é considerado o país mais preparado do mundo para
gerir desastres naturais devido à sua frequência. As construções resistentes a
fortes sismos e uma população prevenida são as principais chaves para a sua
proteção.
Uma lei de 1981 marcou um antes e um depois nos padrões de
construção anti-sísmica do país, que foram reforçados nas últimas décadas e que
são, segundo especialistas, os mais elevados do mundo.