estadao -23/12/2024 08:35
A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra um pedido de revogação da prisão preventiva do general Braga Netto apresentado pela defesa dele. O militar está preso desde o dia 14, por suspeita de tentar obstruir a Justiça na investigação sobre a trama de um golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição de 2022.
No parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o
procurador-geral da República, Paulo Gonet, diz haver "permanência dos
motivos que fundamentaram a decretação da prisão preventiva e a inexistência de
fatos novos que alterem o quadro fático probatório que embasou a medida".
Quatro dias após a prisão, o advogado José Luís Oliveira
Lima assumiu a defesa de Braga Netto. Em entrevista ao Estadão, o criminalista
afirmou que "o general não praticou crime algum" e descartou
interesse em um acordo de delação.
A PGR já havia se manifestado a favor da prisão preventiva
por entender que a medida era necessária para evitar interferências nas
apurações sobre o suposto plano golpista de aliados do ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL). Gonet afirmou, na ocasião, que Braga Netto representa
"risco concreto à aplicação da lei penal".
Em depoimento, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro,
tenente-coronel Mauro Cid, relatou que o general tentou influenciar sua
delação. A Polícia Federal pediu a prisão de Braga Netto por considerar que
ele, em liberdade, representa risco à ordem pública pois teria condições de
cometer atos que poderiam interferir na investigação.